Errar sem querer é uma das sensações mais angustiantes que já vivi. Quando fazemos de propósito para prejudicar alguém e isso se materializa tal como previmos, dá-nos um prazer desmedido. Agora, quando damos esperança e dizemos que vai ser assim e assado, e sem querer quebramos o sonho que prometemos, é mais do que um murro no estômago, e deixamos duas pessoas tristes, o outro e nós. E não sei a quem custa mais, se ao outro que contava os dias e as horas para ver a promessa cumprida, se a nós, que para além de termos falhado miseralvemente, temos de olhar para a tristeza e desilusão do outro, que nem nos olha nos olhos. Só nos apetece enfiar no fundo de uma piscina e ficar lá no fundo, onde nada se passa, nada se vê, e o tempo pára. Mas ainda bem que o tempo anda, porque já dizia o outro, tudo cura. E felizmente existe o perdão, que é inevitável quando se gosta. Mesmo assim, pedir desculpas não é demais, por isso, desculpa, novamente.
Hoje é daqueles dias em que só me apetece dar tabefes. Com as costas da mão, mesmo para fazer o máximo barulho e aleijar o máximo possÃvel, ferindo o orgulho e criando o vexame de quem a receba. É daquelas situações em que sabemos que temos razão, e passam horas a dizer-nos que não, quase a pôr-nos orelhas de burros. E quando finalmente se descobre que temos razão e que a culpa é dessas pessoas, nem um "afinal tinhas razão" ou "desculpa ter falado contigo assim", calam-se bem caladinhas a ver se ninguém descobre a sua incompetência no meio do silêncio criado à volta da situação. Não, calam-se, e procuram novas razões para nos jogarem à cara, de forma a culpabilizar-nos de alguma coisa e sentirem-se melhores por serem inúteis. Quem é que disse que a violência fÃsica não resolve nada? Nesta altura não vejo nada melhor do que um estaladão a ver se certas pessoas acordam e deixam de atazanar a vida dos outros.