A maioria das minhas memórias da infância e da adolescência são vagas. Em relação à escola, lembro-me de alguns rostos e nomes, mas a maioria são nuvens que passam, ligeiras. Mas há uma professora que ficou na minha memória.
Era a professora de inglês. Ela era uma figura imediatamente reconhecÃvel - com peso a mais, sempre vestida de preto, cabelo comprido, encaracolado e desgrenhado, maquilhagem pesada. Tinha uma voz alta, de barÃtono, e uma energia contagiante, sempre ocupada de um lado para o outro em passo acelerado.
Um dia, numa aula, deu-nos um exercÃcio: deu-nos uma folha com umas frases escritas e com alguns espaços para preencher. Era a letra da "Under The Bridge", dos Red Hot Chilli Peppers. TÃnhamos de ouvir a música e preencher os espaços vazios com as respectivas lacunas. Então, ouvimos a música, algumas vezes de seguida. E aquilo soube-me tão bem. Aquele método pareceu-me tão acertado. Aquela música calhou que nem ginjas.
Não sei que idade tinha - 13, 14? - mas passados todos estes anos, cada vez que ouço a música (e ouço-a muito), vem-me à mente um vislumbre dessa aula. Sempre. E há dias, no carro, quando passou na rádio, lembrei-me novamente e decidi pôr por escrito a memória dessa mulher, que com um exercÃcio me marcou, e é também culpada, um bocadinho, pelo gosto crescente pelo rock que desenvolvia nessa altura. Há que dar crédito aos nossos educadores quando o merecem.
Era a professora de inglês. Ela era uma figura imediatamente reconhecÃvel - com peso a mais, sempre vestida de preto, cabelo comprido, encaracolado e desgrenhado, maquilhagem pesada. Tinha uma voz alta, de barÃtono, e uma energia contagiante, sempre ocupada de um lado para o outro em passo acelerado.
Um dia, numa aula, deu-nos um exercÃcio: deu-nos uma folha com umas frases escritas e com alguns espaços para preencher. Era a letra da "Under The Bridge", dos Red Hot Chilli Peppers. TÃnhamos de ouvir a música e preencher os espaços vazios com as respectivas lacunas. Então, ouvimos a música, algumas vezes de seguida. E aquilo soube-me tão bem. Aquele método pareceu-me tão acertado. Aquela música calhou que nem ginjas.
Não sei que idade tinha - 13, 14? - mas passados todos estes anos, cada vez que ouço a música (e ouço-a muito), vem-me à mente um vislumbre dessa aula. Sempre. E há dias, no carro, quando passou na rádio, lembrei-me novamente e decidi pôr por escrito a memória dessa mulher, que com um exercÃcio me marcou, e é também culpada, um bocadinho, pelo gosto crescente pelo rock que desenvolvia nessa altura. Há que dar crédito aos nossos educadores quando o merecem.