No passado fim de semana, passeava em Alvalade, Lisboa, quando um indivíduo, alto, espadaúdo, envergando um fato caro, mete pelo passeio interferindo no meu ângulo de visão. Rapaz dos seus 30 e tal anos, revelando semelhanças físicas com os modelos Guedes (lembram-se desses manos?), mas com barba maior, o espécime exalava até algum charme, até que...
... pôs uma mochilinha de mulher às costas. Preta, ornada com desenhos florais e com finas correntes, muito feminina. Ainda por cima, a mochilinha ficou-lhe presa às fraldas da camisa, que levantaram todas e se enrolaram com o casaco. Portanto, de gajo parecido com modelos, o rapaz ficou a parecer levemente louco quando, por baixo do seu acessório feminino (que tem todo o direito de usar, atenção, embora não combinasse nada com o seu fato masculino de aspecto carérrimo) a sua roupa ficou enrodilhada e levantada, exibindo-lhe o traseiro. E foi engraçado, até que...
... começou a tirar selfies como se fosse a coisa mais importante que tivesse de fazer naquele dia. De todos os ângulos - de cima, baixo, dos lados, de um lado do passeio, do outro, ainda enrodilhado - ao mesmo tempo que reparei que cambaleava e que a linguagem gestual era a de alguém que tinha passado a noite na farra e cuja última linha de coca ainda estava a bater. É incrível como passamos de presumíveis modelos a presumíveis drogados.
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