Palavras do Abismo

"Como se, no princípio de tudo, nos tempos de liceu, tivéssemos ficado ligados por alguma coisa maior do que a espúria amizade que os miúdos atingem naquela idade;"

in Felicidade, de João Tordo (2020)

es·pú·ri·o
(latim spurius, -a, -um, bastardo, ilegítimo, falso) adjectivo
1. Que não tem pai certo ou que não pode ser perfilhado (ex.: filho espúrio). = BASTARDO, ILEGÍTIMO
2. [Figurado] Que não está como o autor o fez. = ADULTERADO
3. Cujo autor não é aquele a quem se atribui a autoria. = APÓCRIFO
4. Que se falsificou. = CONTRAFEITO, FALSIFICADO ≠ AUTÊNTICO, GENUÍNO
5. Estranho à boa linguagem (ex.: palavras espúrias). ≠ CASTIÇO, VERNÁCULO
6. Que é contrário às regras. = ILEGÍTIMO, ILÍCITO, INOPORTUNO
7. Que apresenta sujidade ou pouca higiene. = ESPURCO, IMUNDO, SUJO ≠ ASSEADO, LIMPO
8. [Medicina] A que faltam os sintomas característicos ou habituais (ex.: anemia espúria).
9. [Antigo] Despojado, privado.
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

Uau, uau, uau. Não imaginava que palavra tão rara (ou pouco utilizada) desse este pano para mangas. Portanto, nove significados, com algumas semelhanças, que vou tentar meter numa frase:

E assim, o seu filho espúrio, especialista em espúria e sempre com a boca cheia de espúrias, ganhava a vida de forma espúria fazendo espúrias, e mesmo assim andava constantemente espúrio, talvez porque todos o viam como um espúrio capaz de espúrias - especialmente quando aparecia com aquelas maleitas espúrias.

Pronto. Acho que assim nunca me irei esquecer desta palavra. Sinto-me espúria. Vou tomar banho.





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 "_Enfia os olhos de volta na cara, Lukey - disse Kalisha. - E ajuda-me um pouco. O miúdo está a azucrinar-me a cabeça a ponto de me fazer enxaquecas. - Ajoelhou-se, estendeu a mão para o dervixe, cujas palavras se tinham transformado em uivos indistintos, e recolheu a mão quando um dos punhos dele lhe acertou no antebraço."

in O Instituto, de Stephen King (2019)

Então, de acordo com a infopedia.pt, um dervixe é:

"membro de uma das várias ordens religiosas muçulmanas, algumas das quais se destacam pela prática de rituais extáticos (como danças rodopiantes, cânticos, etc.), geralmente comprometido com votos de pobreza e humildade;"

Sim, a palavra-chave aqui são os cânticos. Aquele petiz que provocou enxaquecas à Kalisha estava num estado tal de descontrolo, que os seus prantos e gritaria se tornaram insuportáveis. Religião à parte, era uma pobre alma perdida a uivar ao desespero.

Ora, como aqui encontram várias dicas úteis para a vossa vida diária, esta pode ser uma forma de manifestarem verbalmente o vosso desconforto quando virem crias a berrar em supermercados ou a fazer fitas em restaurantes: "Ai, que não aguento o dervixe!" E assim ninguém vai saber se estão a falar das mais belas criaturas de deus ou de algum acompanhamento que esteja no prato. De nada!



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Neste dia, há 76 anos, acontecia a libertação do Campo de Concentração Auschwitz-Birkenau. Foi o fim do horror às mãos dos nazis para os sobreviventes, mas o terror do que passaram continuou a assaltá-los até ao dia das suas mortes. 

Sirva este dia para recordarmos os 6 milhões de judeus que perderam desgraçadamente a vida. Que sirva também para que não nos esqueçamos nunca do que o ódio e a segregação são capazes de fazer. Esta atrocidade, a maior vergonha da História mundial, aconteceu há apenas 76 anos. Existem pessoas ainda vivas que o viveram. Não é uma coisa abstracta perdida nos anais da História. Há pessoas da idade dos vossos avós que ainda vivem com o peso dessa merda. 

Devíamos saber melhor. Devíamos fazer melhor. Não deixemos que as diferenças nos desunam, porque a beleza da vida nelas reside. Não ostracizemos ninguém por ter uma religião diferente da nossa, uma cor diferente, uma orientação sexual diferente, uma nacionalidade diferente. Foda-se, o mundo é de todos. Como dizia Anne Frank, "o que aconteceu não pode ser desfeito, mas podemos impedir que volte a acontecer.". Que assim seja.

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"Faltava o velho Rainbow Warrior, o navio-insígnia da frota do Arco-Íris.
Quinze minutos antes da meia-noite de 10 de julho de 1985, duas poderosas bombas colocadas no seu casco por homens-rãs dos serviços secretos franceses tinham-lhe aberto brechas mortais no porto de Auckland, na Nova Zelândia. E as mesmas bombas assassinaram o ecologista português Fernando Pereira, que se encontrava a bordo".

in O Mundo do Fim do Mundo, Luis Sepúlveda (1989)


Foi neste livro de Luis Sepúlveda que conheci Fernando Pereira, fotógrafo e ecologista nascido em Chaves, em 1950. E tentei saber mais sobre ele.

Para fugir ao serviço militar obrigatório e ao regime salazarista, foi para Espanha, e daí, entre boleias e caminhadas, chegou aos Países Baixos, onde acabou por assentar e casar com uma holandesa, Joanne.
Fernando, dado a causas, promovia a paz, e interessou-se especialmente pela conservação e pela campanha anti-nuclear. Em 1982 juntou-se à Greenpeace como fotógrafo freelancer.

Em 1985 Fernando fazia parte da tripulação do Rainbow Warrior - uma embarcação da Greenpeace - numa missão pacífica com a duração de seis meses. Foi parte activa, inclusivé, do salvamento dos habitantes do Atol Rongelap, que havia sido contaminado com radioactividade no decorrer de testes nucleares promovidos pelos EUA.

O objectivo de Fernando era fotografar as atrocidades originadas pelos testes nucleares e os protestos que estavam a ser conduzidos contra os mesmos. A sua máquina fotográfica era a sua arma, e foi a vontade de fazer do mundo um lugar melhor que o matou. 
Ao largo da Polinésia Francesa, onde decorriam protestos, o barco Rainbow Warrior foi detonado pelos serviços de inteligência franceses (DGSE). A primeira bomba não o afundou. Fernando recusou-se a deixar o barco e correu para ir buscar a sua máquina fotográfica, sua companheira e testemunha. Mas já não voltou. A segunda detonação afundou o barco e com ele foi Fernando.

Apesar de eu desconhecer esta história, pelos vistos correu mundo e muito se tem falado sobre o assunto ao longo dos tempos. Tanto que só decorridos 20 anos do ataque se apurou que foi autorizado pelo próprio presidente francês, François Mitterrand. E Pierre Lacoste, almirante, revelou que a morte de Fernando lhe pesa na consciência. E só em 2006 foi revelado o nome do agente que colocou as bombas no Rainbow Warrior.

Fernando tinha 35 anos, a minha idade, quando morreu. E morreu no ano em que eu nasci. Acredito que o karma numérico, hoje e agora, me tenha trazido o Fernando ao conhecimento. Portugueses conquistaram os mares, e portugueses aos mares caíram. Mas nem todas as conquistas se fizeram com canhões e espadas. A causa faz o homem, e lamento sempre que pessoas boas, com altos propósitos, caiam antes de tempo. Porque são raras, cada vez menos. Fernando perdeu a vida por algo maior que ele, e fico feliz por tê-lo conhecido, mesmo assim, tarde.


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Esta série documental do National Geographic começou a ser transmitida no domingo passado. Apenas com um episódio, deixou-me completamente colada ao ecrã.

Quando vi o trailer e percebi que era realizada por Darren Aronofsky (realizador dos fantásticos Mother!, Black Swan ou Requiem For a Dream) abri logo a pestana e fiquei com a pulga atrás da orelha - era certo e sabido que ia ver imagens fantásticas, uma fotografia brutal, uma edição fora de série, num projecto inovador. Tal e qual.

"One Strange Rock" conta a história do planeta Terra. Não é uma história aborrecida e monótona, mas sim cheia de vida, cores, curiosidades, num relato que mistura a ciência com a emoção. Pretende fazer-nos ver que a vida não é só o que vemos e o que conhecemos superficialmente - todo o mundo se move para que vivamos e consigamos, primeiro do que tudo, respirar, num equilíbrio de factores que parece inacreditável.

Neste primeiro episódio, ficamos a saber como é possível que respiremos e o que acontece no planeta inteiro que torna isso possível. Percebemos que cada inalação, cada lufada de ar que inspiramos inconscientemente, sem parar um segundo para pensar, é a conjugação de vários factores que acontecem por todo o lado e de várias formas, e que, se um deles falhar, o planeta terá de arranjar uma nova forma de se equilibrar. E irá, porque é vivo, uma entidade que se adapta apesar de todo o mal que lhe fazemos. E isso é contado de uma forma que tem tanto de elucidativa como de mágica, dando a conhecer, por exemplo, o rio voador da Amazónia ou os fascinantes lagos ácidos na Etiópia, todos parte do processo.

Will Smith é o improvável narrador (e não só, como irão descobrir) e o programa conta com vários astronautas a contar e a comentar as histórias e os factos que tornam esta nossa casa única e estranha. A estrela da companhia é o astronauta Chris Hadfield, que é uma absoluta lenda, especialmente para os que se lembram da sua cover da Space Oddity, do David Bowie, no espaço. Um momento genial.

Vários talentos se juntaram para criar esta série e o resultado é tão formidável que não o consigo verbalizar. Se não viram, vão a tempo de ver, procurem nas vossas boxes. Vale a pena, e é surreal perceber que elementos tão pequenos que nem os conseguimos ver, ou tão grandes como as montanhas, determinam o que somos e para onde vamos. E, mais do que tudo, que estamos todos no mesmo barco. Chama-se Terra.

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"A voz interior, o homúnculo. Levanta-te, desce à cozinha, junta café ao leite, vai lá fora sentir o frio de pés descalços (repara, não está a chover), e depois, quando o Miguel acordar, sorri. Enfrenta a normalidade."

in O Meu Irmão, de Afonso Reis Cabral (2014)

ho·mún·cu·lo 
(latim homunculus, -i)
substantivo masculino
1. Homem pequeno.
2. Anão.
3. [Figurado] Homem desprezível.
4. Homem insignificante.

Aquela voz que nos diz coisas ao ouvido que nem sempre são as mais simpáticas. Que nos impele a cometer actos e a dizer coisas que podem não ser os mais exemplares. Aquele ser que vive cá dentro, metaforicamente um homem pequeno em tamanho físico mas que por vezes é maior que nós, que nos impede de ser pessoas melhores. Não me venham com coisas, todos o temos. O meu homúnculo, muitas vezes adormecido, acorda cheio de raiva e rancor, por vezes, tomando conta dos meus gestos e da minha voz. Enxoto-o, mando-o lá para o fundo do armário, onde ele deve estar. Mas está lá.

O mundo está cheio de homúnculos, devemos saber mandá-los para onde pertencem, sempre.

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Pois é. Tinha ele 12 anos e tinha ido ao Columbia Auditorium com um amigo, em busca de pipocas e doces grátis. Quando saiu, a sua bicicleta vermelha e branca não estava onde a tinha deixado.

Desolado, procurou um polícia e disseram-lhe que estava um na cave do edifício. E lá encontrou Joe Martin, o polícia que era também treinador de boxe e que dirigia um centro de treinos naquela cave. Muhammad (então Cassius) manifestou a vontade que tinha de bater no ladrão, e Joe disse-lhe, cheio de sabedoria, que era melhor que antes aprendesse a lutar.

Foi seu treinador durante 6 anos. Por causa de uma bicicleta roubada e das roldanas do destino todas alinhadas, naquele momento nascia uma lenda.


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O patrão de uma pequena empresa chinesa está a oferecer aos seus trabalhadores 200 yuans (cerca de 26€) por cada quilo que percam.

Ao ter consciência do excesso de peso dos seus colaboradores, e pela natureza sedentária do trabalho que têm, ele promoveu esta iniciativa e já teve de pagar, por exemplo, 260€ a um trabalhador que conseguiu perder 10 quilos desde março.

Ele percebeu também que a qualidade do trabalho sobe com as melhorias no estado de saúde dos colaboradores, coisa que muitas empresas portuguesas, e não só, custam a entender. Não é só estar sentado a um computador o dia todo que equivale a entrega e eficiência. Uma pessoa activa, de bem com a vida, com uma melhor alimentação, com mais confiança em si própria, é mais focada, criativa e tem muito mais capacidade para aguentar as tarefas do dia a dia e a pressão. No fim do dia, todos saem beneficiados.

Numa China onde o peso médio aumentou nos últimos anos, são estes pequenos exemplos que devem ser seguidos, não só lá, como no resto do mundo.

Via SIC Notícias

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Já lá vai mais de um mês de gralha. Ainda não foi corrigida a citação de Fernando Pessoa num banco no Cais do Sodré. Esta pérola continua de pedra e cal cravada na madeira a assombrar as almas literárias deste mundo e arredores... por favor, corrijam lá isso que o meu coração não aguenta mais.

BUSCA O OCEANO POS ACHAR;

Mas... como é que quem fez isto não reparou? Ok, pode ter sido um trabalhador estrangeiro, mas foda-se. Não metam estrangeiros a gravar citações em português, ou estejam em cima do seu trabalho como falcões. E para que serve o ponto e vírgula? Isto é uma facada no meio das costelas. O senhor se ainda tivesse corpo estaria a dar voltas no caixão.




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" - Se o burro do angolano concordou com o preço sobrefacturado que lhe apresentei, é porque a margem de lucro dele deve ser grande como o caralho! - ponderou (em nome da personagem, peço a indulgência dos leitores para essa expressão malquista por alguns, mas o facto é que o objecto em questão costuma ser utilizado como um parâmetro de medida sempre que alguém pretende dar a ideia de algo com uma dimensão fora do comum, o que não deixa de ser admirável, se tivermos em mente que, em regra, ele varia apenas entre os treze e os dezassete centímetros)."

in O Homem Que Não Tira o Palito da Boca, de João Melo (2009)

__________________________________________________

Ora o autor João Melo faz aqui uma pequena instrospecção sobre a expressão "grande como o caralho". Nunca tinha pensado nela nestes modos, mas não faz sentido nenhum. Quantas vezes, a comentar o tamanho de certas coisas, disse que era grande como o caralho? E o caralho é coisa para medir um palmo. Que sentido é que isto faz? De onde é que isto veio?

Mesmo que estejamos a falar de um mangalho de um animal de grande porte, como o de um cavalo ou elefante, não faz sentido. Porque tudo é "grande como o caralho", desde um edifício, uma forte dor de cabeça, um Hummer, o palco dos Metallica, o The Rock, e por aí fora. E não há caralho que se assemelhe a essas coisas.

É claro que a expressão foi dita, pela primeira vez, por um homem cheio de si. Um homem que achou que o seu apêndice era o maior e mais robusto de todos, apenas comparável com as maiores obras existentes. "O Cristo Rei? Tão grande como o meu caralho". E o exagero pegou, os outros não quiseram ficar atrás e a expressão ficou.

Estou confusa como o caralho.


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Não sei quem foi o/a designer da Balenciaga que desencantou este saco azul (à direita) que é obviamente inspirado no famoso saco do IKEA (à esquerda), mas está a levar um gozo tão grande que até já tenho pena.

Não sei como não previram isto, quer dizer, o saco do IKEA é mais reconhecido que a Estátua da Liberdade. Se fizerem um vox pop por aí com fotografias dos dois, aposto que há mais respostas correctas a identificar o saco. Embora a Balenciaga tenha reconhecido a inspiração, acho que o fizeram apenas para não cair (ainda mais) no ridículo.

A mala da direita está disponível por uns meros 1300€ (mais trocos, menos trocos), enquanto que o do IKEA custa 70 cêntimos. Por isso, aspirantes a tiazocas que ainda têm de escolher entre botox e solário e uma mala nova, podem pegar na versão low-cost, forrá-la e fazer figura na próxima ida à piscina da Pepa (era essa que queria uma-mala, não era?).

A resposta do IKEA ao anúncio também é qualquer coisa. Faz-me querer uma-mala.


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"Deborah tinha razão. Foram poucas as perguntas que lhes fizeram, e quase todas elas de lana-caprina."

in Sr. Mercedes, de Stephen King (2014)

Foi preciso ler este livro do meu mestre mais-que-tudo Stephen King para aprender aquela que pelos vistos é uma expressão muito antiga mas que desconhecia. Pelos vistos, lana-caprina vem de lã de cabra, que é de qualidade inferior à da ovelha.

A expressão evoluiu na sua aplicação e significa algo que é de qualidade duvidável, ou coisa sem importância, uma ninharia e insignificância.

Por isso já sabem, quando tiverem preocupações que não valem a pena o esforço, ou se tiverem de lidar com pessoas de merda, lembrem-se que isso é tudo lana-caprina.


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"Encolhi os ombros, num fingimento descontraído. Embora me sentisse mesmo à vontade naquela boleia, como se a minha ocupação do mundo pudesse ser inconsútil."

in As Raparigas, de Emma Cline (2016)

Queria tanto saber o que esta adolescente estava a sentir naquele banco do pendura, mas não fiquei totalmente esclarecida com a definição. Imagino que se sinta inteira com o mundo e com aquele lugar, como se fossem ligados e inquebráveis. À vontade na sua posição e em harmonia com os acontecimentos. É como eu e o brigeiros, somos inconsúteis, chegadinhos, inseparáveis, somos um só.

in·con·sú·til
adjectivo de dois géneros
1. Feito sem costura. ≠ CONSÚTIL
2. De uma só peça.


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Bem, não navega propriamente conforme as gotinhas de suor que cada um largar, mas anda lá perto. Ainda é um protótipo mas em breve vai estar disponível no rio Sena, em Paris - é um barco/ginásio móvel que anda pelo rio movido com a força dos equipamentos cardio. Assim, os parisienses poderão pedalar e ver o seu esforço convertido num passeio ao longo de uma das cidades mais bonitas do mundo.

O utilizador deste ginásio poderá ver nos ecrãs das bicicletas, em tempo real, a energia que está a produzir e as condições do rio. Eu gosto disto. Para além de ser uma ideia sustentável, vai ao encontro de uma das minhas queixas que me torna uma preguiçosa na hora de fazer cycling - não se vai a lado nenhum! Uma pessoa anda ali a suar os brigadeiros com vista para uma parede. Isto assim era muito mais giro. Então se embarcasse no Cais do Sodré e atracasse na Margem Sul era espectacular, fazia exercício no caminho para casa.
Tem espaço para 45 pessoas e não faço ideia como se procede à entrada e saída deste ginásio flutuante. Quando se estiver farto salta-se borda fora e continua-se o treino em forma de natação? Quem sabe... Mas o futuro é por aqui, concerteza.

Via Independent.



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Quantos de vocês já comeram o maravilhoso e conhecido chocolate Toblerone? Eu sei que já comi imensas vezes (e olhei outras centenas de vezes para eles nas prateleiras dos supermercados) e nunca tinha reparado na imagem escondida da embalagem.

É uma montanha - isso é visível para todos - mas também lá está um urso em pé. É tão óbvio agora que olho com atenção que até tenho vergonha por ter deixado esta escapar.

Segundo reza a história, o chocolate suíço foi criado em Berna, também conhecida como "cidade dos ursos", e como tal a homenagem ficou gravada no logotipo. Um chocolate com mais de 100 anos e eu só descubro isto agora. Vergonha.


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"Dezembro, sem neve, só um frio claro e argênteo. E persistentemente aquela ansiedade."

in "Beatles", de Lars Saabye Christensen (1984)
Ora aqui está mais uma bela aquisição para a minha bagagem de palavras novas. Argênteo. Acho que nunca antes tinha lido semelhante coisa. Ora vejamos.

ar·gên·te·o
adjectivo
De prata

E pronto, era só isto. Simples. Tão simples que até me pergunto se não serei a única pessoa que não sabia isto. Não faz mal. Agora fiquei a saber que tenho um anel argênteo e que quando está nublado e acabou de chover está assim um pouco argênteo também. E que as cascatas quando o sol bate, a água parece argêntea. E a neblina torna tudo argênteo. Gostei.


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O pânico. O horror. Um homem de cabelo comprido e desgrenhado, com aspecto de não tomar banho há vários dias, cara toda suja e a falar sozinho foi visto a tentar entrar na cerimónia dos Oscares. Rapidamente os seguranças foram avisados e as celebridades que estavam nas proximidades - o DiCpario e a Gaga - foram discretamente afastados.

Depressa se aproximaram do homem, louco de certezinha pois não parava de cantar um estranho refrão, e ele não ofereceu resistência quando foi levado, nem quando o maço de Marlboro lhe caíu do bolso.

O erro custou um grande pedido de desculpa por parte dos seguranças porque se tratava do grande Rob Zombie, não só um guru do metal mas também um talentoso realizador e actor. Pelos vistos o glamour da red carpet não está habituado a homens à séria. És grande, Rob. O maior.


Fonte: Heavier Metal
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... esta gata mega fofa!! Chama-se Felix e está na estação de Huddersfield da Grã-Bretanha desde as 9 semanas de vida. Desde cedo assegurou as suas próprias refeições ao caçar ratos e pombos e passados 5 anos deste extremoso serviço público foi promovida a Gestora de Controle de Pragas. Até ganhou um uniforme todo catita e tem o seu próprio torniquete.

Felix faz as delícias dos empregados da estação e dos turistas e já tem uma enorme legião de fãs, comprovada por um popular perfil no Facebook com quase 50 mil likes. Há pessoas a fazer memes, marcas a oferecer comida, estações de televisão a fazer reportagens e tshirts com o desenho desta fofa celebridade.

Os colegas dizem que apesar de todos os feitos, o sucesso não lhe subiu à cabeça... E se ela decidir concorrer a presidente da Câmara, tem o meu voto!

Um grande agradecimento é devido a todas as pessoas que trabalham na estação e que acolheram com o coração aberto esta "habitante" e a tratam com todo o carinho e respeito que aqueles bigodes mai lindos merecem.

Notícia aqui.




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Os Franz Ferdinand, banda escocesa formada em 2002, autora de grandes malhas como Take Me Out, Walk Away ou Ulysses (a minha preferida), não escolheram o nome ao acaso. Eu pensei que fosse só um nome qualquer - Francisco Fernando, traduzido, ou Chico Nando, assim num tratamento de mais proximidade.

Mas não. Franz Ferdinand era um arquiduque, príncipe herdeiro da Áustria e Hungria. No dia 28 de junho de 1914, Franz e a sua mulher foram assassinados em Sarajevo e esse foi um dos acontecimentos que deu origem à I Guerra Mundial.

A primeira tentativa de o matar foi através de uma bomba, ataque esse que não correu bem ao grupo terrorista, mas durante a fuga o casal foi atingido a tiro. A sua mulher, a condessa Sofia, foi atingida na barriga e Franz na jugular. Curiosamente, ainda estava vivo quando testemunhas o encontraram, mas devido às fardas apertadas que se usavam antigamente, não conseguiram despi-lo a tempo para lhe prestar auxílio.

A I Guerra Mundial foi declarada menos de dois meses depois, com a declaração de guerra da Áustria-Hungria à Sérvia, e a morte de Franz Ferdinand é considerada a causa maior.

E pronto, sou um bocadinho menos burra do que era ontem.

franz ferdinand live

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Christie Brinkley, ex-modelo, actriz, fotógrafa, activista, designer e escritora, está tão boazona aos 61 anos que parece impossível. Magia negra e macumba, no mínimo.

Ela diz que experimentou pôr botox uma vez, não gostou e não repetiu. Não sabemos se é verdade ou não, o certo é que ela justifica esta fonte de juventude com o facto de ser vegan (meninas, se salvar o ambiente não é motivo suficiente para deixar de comer carne, que serem boas como o milho seja).

Acrescenta ainda que fazer exercício é importante, assim como ter sempre um sorriso na cara. Tendo em conta este último requisito, posso dizer que aqui a trombuda crónica está lixada.

Vejam aqui o Instagram da senhora, e babem.


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