Bryan Adams e The Boss cancelam concertos em nome da igualdade
O concerto de Bryan Adams estava agendado para quinta-feira 14 de abril, no Mississippi. Mas acontece que este estado norte-americano aprovou uma lei que é concerteza uma das mais discriminatórias de sempre - a lei 1523 dá o direito às entidades comerciais e religiosas de recusarem atender gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transsexuais e até mães solteiras. Ou seja, toda a gente que "ofenda" as suas crenças e convicções morais.
Perante isto, Bryan Adams cancelou o concerto, dizendo em comunicado que não pode actuar com a consciência tranquila num estado em que as pessoas são discriminadas pela orientação sexual.
Já o concerto que Bruce Springsteen tinha agendado no passado domingo na Carolina do Norte também foi cancelado porque foi aprovada uma lei que obriga o público a usar as casas de banho de acordo com o sexo biológico. The Boss disse: "Algumas coisas são mais importantes do que um concerto de rock e esta luta contra o preconceito e a intolerância - que está a acontecer enquanto escrevo - é uma delas. Esta é a forma mais forte que tenho para levantar a voz em oposição aos que continuam a puxar para trás em vez de avançarem".
Ridículo. Não me ocorre outra palavra. Pensava eu que estava num século em que a igualdade era um dado quase adquirido, em que os casos de discriminação seriam raros e provocados pela mesquinhez de pequenos grupos de pessoas indispostas em avançar com a evolução do pensamento. Nunca pensei ver os Estados Unidos, ou qualquer país que se designe de "avançado", a ter leis deste tipo. Leis que catalogam as pessoas como aptas ou inaptas para qualquer coisa de acordo com a orientação sexual. Novamente: ridículo. Uma lei que ignora se o indivíduo é ou não de boa índole, se trata bem os outros, os animais, os mais velhos, se ajuda ou não a comunidade. O que importa realmente é se gosta de pessoas do mesmo sexo. Ridículo.
Parabéns ao Bryan e ao Bruce pela atitude. Só posso agradecer por usarem a voz e o alcance que têm para mostrar indignação perante estas leis de merda. Gente que acha que recusar atender um casal lésbico num estabelecimento comercial é normal não merece música. Nem cinema, nem livros, nem qualquer tipo de arte ou diversão. Nem o ar que respiram. Ridículo.
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