Ou "Love Is Strange", no seu título original, é um filme que conta a história de um casal gay já com uma certa idade. Juntos há quase 40 anos, decidem finalmente dar o nó. Um deles, professor numa escola católica, foi imediatamente despedido, apesar dos imensos anos de serviço e de toda a gente saber da sua orientação sexual. Que é como quem diz, "podes fazer o que quiseres dentro de quatro paredes, mas unires-te a quem amas publicamente, mesmo numa cerimónia pequena e privada, mas oficial, é que não".

Deixaram de conseguir pagar o apartamento e tiveram de encontrar outras opções. Ficaram temporariamente, separados, na casa de amigos e familiares. Conheceram uma vida diferente da vida a dois a que estavam habituados e sentiram-se empecilhos fora do seu elemento a todo o tempo.

O que mais me marcou neste filme foram as constantes pequenas lições de vida presentes. Tantas palavras e acções com as quais me identifiquei. Pequenos murros no estômago, ou wake-up calls, à falta de tradução acertada. Depois, a dupla de actores principais é qualquer coisa. Alfred Molina e John Lithgow foram feitos para estes papéis e estão absolutamente perfeitos, com uma cumplicidade ternurenta a toda a prova típica de quem se conhece e priva há tantas décadas.

É um filme algo triste e duro, mas também terno e cheio de amor. Não é o amor a que muitos estão habituados, e talvez por isso o aconselho tão vivamente.