Passengers - o que podia ter sido, mas não foi
O filme Passengers tem uma premissa interessante - uma nave espacial transporta 5000 passageiros para uma colónia noutro planeta, e encontram-se todos a hibernar, porque a viagem tem a duração de 120 anos. Devido a um erro provocado por meteoritos, uma das cápsulas de hibernação avaria, libertando um passageiro do sono (Jim, interpretado por Chris Pratt).
Cedo se apercebe que foi o único a acordar e que esteve a dormir apenas durante 30 anos. Ou seja, faltam 90 para a nave aterrar, o que significa que ele vai morrer ali, caso não arranje uma maneira de voltar a hibernar. Segue-se o desespero deste homem ao ver as ideias a esgotarem-se e a solidão a tomar conta da sua mente. Esta é a parte realmente interessante e que devia ter sido mais explorada.
Mas não. Por alguma razão o realizador achou que devia pôr o amor ali. Numa história de ficção científica que prometia, sentiu necessidade de explorar... o amor. E o que podia ter sido um grande filme, passou a ser um filme mais ou menos que se tornou uma mistura de outros que já vimos inúmeras vezes.
Para além disso, acontecem algumas coisas nonsense, colocadas ali por mera obra divina para resolver problemas que surgem, suspendendo a crença na acção.
Não deixa de ser um filme com análise final positiva e com uma fotografia agradável, mas fico triste pelo rumo que as coisas tomaram. Adoro filmes sobre o futuro e ficção científica, e fiquei um bocado frustrada.
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