"Comecei a folhear. (...) As primeiras fotografias eram grandes planos de conas rapadas e não se ouvia um som do ajuntamento, ninguém ria, ninguém soltava sequer gargalhadas, era um silêncio sepulcral. Folheei mais apressadamente, eram conas vistas de cima e de baixo, páginas inteiras com rachas na diagonal de canto a canto. Mas lá para o fim começava a melhorar, mulheres inteiras, grandes meloas, pentelheira farta, mas de repente apareceu uma fotografia com um gajo deitado com a cara toda entre as pernas de uma mulher.
- O qu' é qu' ele tá a fazer? - inquiriu uma voz.
- 'Tá a lamber - disse outra voz que era o Gunnar, saíra do cubículo, sorridente.
Fez-se um instante de silêncio, silêncio total.
- A lamber?
- A lamber a cona da gaja, não vês - disse outra voz.
O Dragão revolvia os olhos, um pouco afastado.
- Iá.
- E a qu' é que... a qu' é que... que sabe?
- Sabe a relva - disse-lhe logo - se tiveres sorte. Mas s'apanhares uma azeda sabe a chouriço e sapatilhas de borracha."
in Beatles, de Lars Saabye Christensen (1984)
Depois de roubar uma revista erótica do irmão mais velho, Gunnar e uns quantos rapazes da turma foram folheá-la para a casa de banho. E assim pela primeira vez viram conas rapadas. Não gostaram. Pentelheiras bem abonadas é que era! Este livro sobre um grupo de rapazes que venera os Beatles tem pérolas assim, fantásticas.
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