Era dia de Natal e eu estava em casa da minha tia com a família reunida. Não tinha prendas para dar - deixei tudo para a última hora - por isso o meu plano era passar pelo Continente antes da abertura das prendas e despachar a coisa.
Depois do jantar, estavam todos a ajudar a levantar a mesa até que tudo começa a tremer e uma nuvem negra forma-se no centro da sala. A minha tia, que segurava o seu maravilhoso pudim, estava a abrir a boca para perguntar que raio era aquilo, até que "aquilo" lhe entrou pela boca adentro e ela começa a ter convulsões, deitada no chão. Ficámos todos a olhar embasbacados, até que a nuvem negra lhe saiu pela boca e entra pela da minha prima, que começa também a espumar-se no chão.
Aí eu penso - "Porra, se quero ir ao Continente tenho de sair já". Que é um pensamento perfeitamente normal quando a tua família está a ser sodomizada por uma nuvem negra. Vou a um armário e pego numa metralhadora (também muito útil para disparar contra aquilo), meto uma bandana a tapar a boca, pego na mala, e preparo-me para sair de casa, deixar aquela confusão e ir às compras. Portanto, não me preocupo minimamente com a saúde da minha família, mas quero desesperadamente comprar-lhes prendas.
E lá fui. Lá fora reinava o caos - carros a arder, pessoas a fugir, gritos, e aqui e ali viam-se aquelas nuvens negras a entrar pelas bocas e a consumir os espíritos (de Natal?). Fui-me escondendo entre os carros e as esquinas, já a vislumbrar ao longe as letras vermelhas do Continente. Depois o meu despertador tirou-me do sonho, o que foi uma pena, porque não fiquei a saber se atingi o objectivo.
Isto é que foi - uma mistura de Stranger Things, com um anúncio da Popota, um conto de Stephen King metido numa história de Natal.
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