Sonhos marados #52 - sem bateria
Neste sonho mágico pisei um carregador de telemóvel que me feriu e fez sangue, e o contacto do carregador com a ferida fez com que eu passasse a funcionar a energia eléctrica. Não sei como o soube, mas soube-o imediatamente. "Oh fuck", pensei, à medida que a minha bateria se ia esgotando.
Bem, estando em casa não havia grande problema. Ligava o carregador do telemóvel ou do portátil à zona da ferida e, magia, os meus níveis energéticos subiam, dando-me aquele bem-estar de um autêntico viciado em droga.
O pior eram as actividades fora de casa. Ir passear implicava planeamento - tinha obrigatoriamente de passar por locais que me permitissem carregar a bateria. Ou seja, passeios na natureza só muito curtos, ginásio nem vê-lo, viagens longas, adeus. E mesmo nos locais com fichas, tinha de me postar lá, feita poste, enquanto carregava. Imaginem estarem a ver uma exposição, e estar lá eu, encostada a uma parede, a olhar o infinito, com um carregador enfiado no pé descalço. Uma autêntica instalação moderna.
O meu maior medo era que, estando em casa, faltasse a energia. Ficaria estática, não morta, mas sem me conseguir mexer, até que alguém no mundo reparasse que a minha pessoa não dava sinais de vida. Provavelmente seria comida pelos gatos quando a ração escasseasse na tigela.
Sendo assim, o meu maior desejo era ser independente e passei a pedir powerbanks às pessoas pelo meu aniversário e no Natal. Só queria powerbanks, o mais potentes possível. Acordei, mas fiquei com uma imagem na cabeça do meu quarto atolhado de powerbanks até ao tecto e de ter desmaiado ao ver a conta da luz.
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