La Giovinezza, ou como Michael Caine me tirou o fôlego

by - quinta-feira, abril 21, 2016


O filme La Giovinezza (Youth / A Juventude), de Paolo Sorrentino, dá-nos o prazer de ter Michael Caine como protagonista. O actor representa Fred Ballinger, um maestro reformado que está a passar férias prolongadas num hotel localizado nos Alpes suíços, frequentado pelos ricos e famosos de todo o mundo. Lá estão hospedados actores, modelos, músicos, realizadores e até o Maradona.

Fred não está sozinho no hotel - conta com a presença do seu melhor amigo Mike, com o qual tem uma caricata amizade onde falam sobre tudo e partilham assuntos demasiado pessoais. Mas também comunicam só com o olhar e compreendem-se como ninguém. São décadas de conhecimento mútuo de uma amizade invejável, estampadas na mestria da representação de Michael Caine e Harvey Keitel. Juntos, observam os outros hóspedes e dão azo às situações mais cómicas ou emotivas. Rachel Weisz também merece destaque, exemplar como filha e assistente do maestro retirado.

A beleza está presente do princípio ao fim do filme. Seja a beleza das cores, dos movimentos, dos corpos, da música, dos cenários, enfim, tudo é belo. Passamos o filme inteiro a apreciar verdadeiramente tudo o que passa, tudo o que é mostrado. Tudo parece estar em sintonia, tudo se completa. O ambiente é surrealista e há situações inusitadas e inexplicáveis, algumas delas bem sórdidas. A banda sonora e a fotografia são perfeitas. O ponto alto para além de tudo isto? Michael Caine, sem dúvida, que depois dos 80 anos nos presenteia com esta representação de fazer cair o queixo.

Talvez a moral da história seja que, mais novos ou mais velhos, todos procuram a sua própria identidade. O filme ensina-nos que somos o que fazemos e que é impossível escapar a isso até ao fim das nossas vidas.

Fica a sugestão.

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