As coisas que se aprendem #36 - Yom Kipur
O Yom Kipur é uma das datas mais importantes do calendário judaico e traduz-se como o Dia do Perdão. Não vou falar sobre os contornos religiosos da data, que não sou conhecedora o suficiente - o que importa é a forma como é comemorado em Israel.
Neste dia, em que é suposto ser-se perdoado pelos pecados e liberto dos bens que agarram a alma, o país pára. Não há carros nas ruas e não há transportes públicos (nem aviões). Não há transmissão na rádio, nem sequer emissão de televisão. Está tudo fechado. As pessoas vão para as ruas, passeiam, aproveitam o dia, andam de bicicleta, convivem, respirando bem o ar que, nesse dia, melhora de qualidade em 99%.
Apesar de não haver uma lei que proíba os carros de circular o respeito é quase total. As auto-estradas e vias parecem um cenário do The Walking Dead antes de chegarem os zombies.
Há outras coisas que os israelitas não fazem neste dia e que não me parecem tão bem - como não tomar banho, fazer sexo, nem usar desodorizante - mas, pesado tudo na balança, adorava ter um dia assim. Um dia sem ouvir carros, buzinas, travagens, insultos no trânsito, sem stress, sem trabalho, sem estímulos externos que distraiam a mente. Apenas nós, o sol, o mundo, um livro, e ouvir os pássaros. Quem me dera.
PS: aprendi sobre este dia no livro "Sete Anos Bons", de Etgar Keret.
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