Quando cai um avião é sempre uma merda. A morte é inevitável, assim como as dúvidas em torno do acontecimento. Nos últimos anos têm acontecido alguns acidentes, mas poucos tão chocantes como o de ontem. Por várias razões -
porque estava lá dentro uma equipa de futebol, desporto que nos é tão próximo;
consequentemente, porque eram jovens, atléticos, cheios de energia e vida, e a viver um momento muito especial das suas vidas profissionais, com um percurso fantástico e inesperado até à final da competição para onde se dirigiam;
porque se passou com brasileiros, nossos irmãos, incluindo alguns rostos que conhecemos bem (pelo menos os fãs de futebol);
porque houve sobreviventes saídos daqueles escombros, coisa muito, muito, rara;
porque nesta era, e porque de futebol se tratava, existem montes de fotos, vídeos, celebrações, partilhas nas redes sociais, daqueles jovens, momentos antes de morrerem.
O universo faz cenas maradas e inexplicáveis. Que os jogadores, a equipa técnica, os jornalistas e os membros da tripulação que perderam a vida descansem em paz. O pior, será para aqueles que saíram com vida. Aqueles que vão ficar com mazelas físicas e psicológicas que os marcarão para sempre. Aqueles que irão rever o que se passou, vezes sem conta, quando fecharem os olhos à noite. Aqueles que se perguntarão porque se foram os outros, e não eles. Aqueles que sentirão medo, culpa, saudade. Aqueles que olharão para as tais fotos e vídeos e sentirão facas por dentro a dilacerá-los. Até ao fim da vida.
O mundo chora por vós, Chapecoense.
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