Palavras do Abismo

Eu nunca durmo sestas. Nunca. Mas aconteceu, porque foi uma sesta que se fez às 07h da madrugada e a coisa deu-se. E apesar de ter sido coisa de apenas meia-hora, deu para sonhar coisas parvas.

Ora eu tinha ido de viagem a Londres. Eu e os meus amigos não conseguimos quarto conjunto e tivemos de nos espalhar por vários quartos com camas livres. Foi assim que me vi com um companheiro de quarto. Quando vi o meu, um rapaz alto, de barba, tatuado, soube que o conhecia de qualquer lado mas não me lembrava de onde. Ele saiu do quarto e eu feita cusca fui abrir o armário dele.

E pronto, fez-se luz. Estava lá o equipamento do moço com o símbolo do FC Porto, as luvas, peúgas, chuteiras, joelheiras, que me fizeram reconhecê-lo como o José Sá, guarda-redes do clube. Não sei porque estaria ele a usar um armário de um hostel em Londres para guardar equipamento, mas sei que não foi a única coisa que lá encontrei. O meu nariz experiente disse-me que havia algo mais, et voilá, desenrolei umas peúgas e encontrei erva.

Tudo arrumado, aguardei pelo retorno do craque e fiz conversa fiada para ver se ele me acharia simpática ao ponto de dividir comigo tal iguaria. Mas não. Cagou de alto para a minha pessoa, talvez cheirando também algo mais, por exemplo, que sou sócia de clube lisboeta. Trágico.

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O filme conta a história verídica de Tonya Harding, ex-patinadora artística americana cuja carreira terminou abruptamente após ter-se envolvido num escândalo.

Proveniente de uma família de classe média baixa e com uma mãe-sargento, foi quando tinha apenas 4 anos que Tonya começou a treinar à séria, e cedo a sua treinadora percebeu que a miúda tinha talento para ir longe. Mas o clima familiar disfuncional, a sua apetência para viver caoticamente, as más escolhas, o feitio irascível, os confrontos que provocou com toda a gente, fizeram com que raramente fosse considerada uma candidata à vitória.

Aqui, a história é contada pela sua perspectiva, e também pela da do ex-marido, Jeff. Numa altura bastante competitiva da sua vida, em que lutava pela presença nos Jogos Olímpicos, uma das maiores rivais foi agredida e o casal acabou por ser condenado pelo envolvimento no sucedido. Foi um enorme escândalo na altura, um caso com uma grande expressão mediática e que acabou com a carreira de Tonya como patinadora.

Mais uma vez, esta é a perspectiva do ex-casal. A narrativa foi construída de acordo com as suas declarações e entrevistas, e como tal pode não corresponder totalmente à verdade. O filme não pretende ser um documento factual, mas sim a história de Tonya aos olhos de Tonya e das pessoas que a conhecem melhor. Nesse aspecto, acho que cumpre totalmente.

Esta mulher tem uma história de vida que dá pano para mangas e um espírito lutador e aguerrido, e isso são logo à partida ingredientes para o sucesso - tudo nela é interessante. Para além disso, Margot Robbie interpreta-a de forma irrepreensível - claramente, deu tudo. Também gostei de vários pormenores da realização, principalmente a forma como os diálogos foram estruturados e a interacção com a câmara, que saiu perfeitamente natural, e diferente.

Está em exibição nos cinemas, e nomeado para 3 Óscares: Melhor Atriz, Melhor Atriz Secundária e Melhor Edição.

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Quando era adolescente tinha um melhor amigo e às vezes ia para a casa dele ver a bola. A avó dele, a dona Deonilde, estava muitas vezes presente. Quando havia golos, era sempre a mesma história:

Dona Deonilde: "Golo!! Olha, outro golo! E mais outro! Isto é o meu Benfica!"

No fundo, ela não entendia as repetições dos golos e cada vez que a bola entrava na baliza, para ela, significava golo. Eu e o Alex ríamos, rebolávamos no chão, tínhamos dores de barriga, e ela sem nada entender.

"Ca granda cabazada! Isto já vai em quê? 8 a zero? Granda Benfica! Mas tem avondo que já tou com pena dos outros. Este Nuno Gomes é bonito e marca muito."

A dona Deonilde morreu ontem. As suas cabazadas históricas vão ficar sempre na memória.





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Este não é um daqueles exemplos que parecem distantes geograficamente e que por isso podem parecer fantasia - a dona Palmira Cruz tem 100 anos, é de Linda-a-Velha, e vai ao ginásio 5 dias por semana. A sua saúde mental e física é invejável. Ela encontrou no ginásio um escape depois da morte do marido e é um exemplo para as gerações mais jovens (mesmo que isso signifique acima dos 70 anos!). Há pessoas que encontraram nela um exemplo e uma força para elas próprias fugirem à inércia e à solidão da terceira idade.

A mulher que assistiu a duas guerras mundiais não tem filhos, mas adoptou como sua a filha da madrasta que morreu bem cedo. Apesar de ter esta filha e "netos emprestados", prefere morar sozinha e faz quase tudo sem ajuda - tem apenas uma empregada uma vez por semana que faz os trabalhos mais difíceis. De resto, cozinha, limpa e vai ao ginásio como gente grande.

Sendo uma solitária que adora desporto, revejo-me totalmente nesta senhora, e quem me dera poder chegar a esta idade, se tiver esta destreza, genica e clareza das ideias. Dona Palmira, você é grande!

Conheçam aqui a sua história.


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Pois é. Tinha ele 12 anos e tinha ido ao Columbia Auditorium com um amigo, em busca de pipocas e doces grátis. Quando saiu, a sua bicicleta vermelha e branca não estava onde a tinha deixado.

Desolado, procurou um polícia e disseram-lhe que estava um na cave do edifício. E lá encontrou Joe Martin, o polícia que era também treinador de boxe e que dirigia um centro de treinos naquela cave. Muhammad (então Cassius) manifestou a vontade que tinha de bater no ladrão, e Joe disse-lhe, cheio de sabedoria, que era melhor que antes aprendesse a lutar.

Foi seu treinador durante 6 anos. Por causa de uma bicicleta roubada e das roldanas do destino todas alinhadas, naquele momento nascia uma lenda.


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Ou a ausência de revisor, totalmente. Ou só incompetência. Podemos exigir à população que tenha atenção à maneira como escreve, quando os jornalistas, que deviam servir como exemplo, não sabem escrever? E ninguém repara no erro? Este é só um caso, mas basta uma pequena volta por alguns sites noticiosos para os erros ortográficos e conjugações verbais erradas fazerem as suas aparições.

Portanto, o Cristiano 'ia lesionando-se'. É o mesmo que perguntar - 'o que passou-se'? Ridículo, não é, Record? Vocês chegam a um bar e perguntam 'o que bebe-se'? E em vez de dizerem 'vai-se andando', dizem 'vai andando-se'. Lá vai o Camões rebolar mais um bocado.




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Olhem para estes chouriços vegan. Não comem nada de origem animal. Que ar doente. Anémicos, mesmo. E que magrinhos. Olhos cavados, olheiras, má pele, borbulhas. Mal parecidos. Toda a gente sabe que é preciso proteína animal para se ser saudável e construir músculo. Toda a gente sabe que para se ser atleta profissional e ser o melhor há que comer franguinho.

Tretas. Estes senhores são alguns dos 32 atletas vegan que ganharam medalhas nos Fit Games, nos EUA, em junho deste ano. Um deles bateu até um recorde mundial. Levantamento de peso, bodybuilding, crossfit ou kettlebell foram algumas das provas em que estes 'fraquitos' ganharam medalhas, 22 delas de primeiro lugar.

Através desta vitória tomei conhecimento da PlantBuilt, uma organização que promove o veganismo e incentiva, aconselha e apoia os atletas que seguem este regime alimentar. E dá gosto olhar para estas fotos. Uma vida sem carne é uma vida sem crueldade, mais saudável, e não existem impedimentos para aqueles que temem as carências de proteína, e outras. Todos estão a um passo de o conseguir, basta querer.

Via Vegnews



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Milhares de adeptos nos estádios e muitos mais em frente à televisão. São muitos olhos postos nos jogos que acontecem em todo o mundo. Espetar com animais fofinhos por essas casas adentro é uma forma excelente de desenvolver empatia e de servir de mostruário a animais que precisam de uma família.

E com isto em mente, o clube chileno Colo-Colo entrou em campo com cães que aguardam adopção. É mais do que louvável, é necessário. É destas atitudes que o mundo precisa. O futebol move tantos sentimentos (e muitos negativos e agressivos) e esta é a forma certa de começar um jogo - com lambidelas e a promover amigos para toda a vida sob os holofotes e câmaras.

Acredito num cenário em que as causas terão um lugar efectivo no desporto, onde as pessoas veem nos atletas heróis e exemplos a seguir e onde a alta exposição e divulgação é inevitável. Entrar em campo com crianças pela mão é muito giro, mas é só. Isto é necessário, é serviço público. Palmas e obrigado ao Colo-Colo!

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Vivien Bodycote é uma avó de 59 anos cujo maior sonho é conhecer o nosso tuga José Mourinho. Ela diz que não passa um único dia sem olhar para fotografias dele e que facilmente metia os cornos ao marido com o Zé num encontro apaixonante.

A característica que mais salta à vista nesta senhora de Hinckley, Inglaterra, é ter, nem mais nem menos, do que 20 tatuagens dedicadas ao special one. Entre retratos do Zé, frases de sua autoria, e dedicatórias dela, são 20 pedaços de pecado viril, todos pagos pelo marido a quem ela facilmente encornaria.

Ela admite que é completamente viciada nele e que lhe custa esta época de férias no futebol porque não sabe do seu paradeiro e não aparece na TV. Acho que o mínimo que o Zé podia fazer era conhecer esta mulher. Ela merece.

Via Mirror


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Sou do Benfica (e isso me envaidece) e estou rejubilante por ser tetra-campeã, mas aquela festa do Marquês, perdoem-me os entusiastas, é uma valente merda.

O que era bom, mesmo bom, era quando não havia palcos, e fumo e fogo de artifício, e música electrónica tão alta, e tudo cortado e contadinho.

O que era mesmo fixe era quando o autocarro seguia a passo de caracol e demorava horas para dar uma volta ao Marquês, completamente engolido pela multidão. Todos queriam estar perto, tocar no autocarro, dizer-lhes adeus, atirar-lhes cuecas, levar banho de champanhe dado pelos jogadores.

O que era mesmo fixe era ouvir a multidão a gritar pelo Benfica espontaneamente, ter essas vozes a sair do peito e do coração a entoar desalmadamente, e não ter de gritar ao ouvido do próximo para ser ouvido por cima da música do Despacito.

O que era mesmo fixe era andar livremente nas ruas a apitar, a correr com o cachecol levantado e não ter um cortejo controlado a tirar o tesão. Vai por aqui, dá a volta à rua de cima, contorna à direita e talvez consigas um espacinho enlatado entre o rabo daquela senhora e a vedação a 7km do palco, onde podes ver os jogadores do tamanho de pulgas se tiveres sorte.

O que era mesmo fixe era ver os que arriscavam a subir à estátua do Marquês (até porque está lá o leão), tomar conta dela, e parecia que estávamos a conquistar o mundo e a História. Hoje, só dá para subir aos semáforos...

Os tempos são outros e sinto-me velha, mas esta festa do Despacito, da kisomba e do laser não é para mim. A festa do futebol é mais do que uma discoteca gigante onde se tem de berrar para se ser ouvido. Já não tenho esperança que as coisas mudem quando o Benfica for campeão novamente, mas Sporting, se me estás a ouvir e SE fores campeão, por favor muda o paradigma, foca-te nas pessoas, são elas que fazem o clube e bastam, e sobram para a festa.


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O busto mais famoso do momento está uma bela caca. Não sei quanto tempo foi perdido a fazer aquilo, mas se demorou mais de 5 minutos, não parece. Pode ser aceitável se o "artista" for uma criança, ou tiver Trissomia 21, ou se for autista. Ou cega. Ou ter feito com os pés. Caso contrário, não sei em que cenário uma pessoa faz aquilo e acha que está um bom trabalho. Até podia estar, se:

. O CR7 andasse metido nos ácidos
. Tivesse acabado de ter um ataque cardíaco ou uma trombose
. Tivesse ficado estrábico e mau da tola depois de uma bolada na cabeça a 200km/hora
. Fosse uma versão do CR7 no SpongeBob
. Fosse primo do Tino de Rans
. Se se tivesse passado dos cornos e morto todo o clã Aveiro e ficado com aquele ar assustador
. Ou então aquilo estava muito fixe ao início e caiu ao chão uma hora antes da inauguração do aeroporto e deixaram assim deformada a ver se passava

Ai, senhor Emanuel Santos, você pode ser filho da terra, mas deve ter bebido demasiada poncha.


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A UNESCO declarou o yoga indiano patrimónimo imaterial da humanidade. Isto já foi no fim do ano passado, mas só agora me apercebi, e presto assim a minha homenagem à prática que mudou a minha vida.

Sim, continuo a ferver em pouca água, a desejar a morte a muita gente, a contentar-me com filmes e livros violentos, a puxar ferro no ginásio, a fazer headbanging e moshe em concertos impróprios para meninos e a ser uma stressada. Mas agora consigo controlar o que vai cá dentro, e lá fora. Quando sinto alguma dor, sei exactamente o que tenho de fazer para a aliviar, desde dores musculares a dores de cabeça. Quando tenho dificuldades em dormir sei que músculos tenho de relaxar e como tenho de respirar. Quando estou com os nervos e sinto que o coração me vai sair pela boca, sei como, através da respiração e de alguns movimentos, pô-lo novamente no caminho certo.

Conheço o meu corpo como nunca - cada músculo, cada osso, cada palpitar, o que influencia o quê, problemas e soluções. Em qualquer sítio - em casa, no ginásio, no trabalho - consigo pôr em prática os ensinamentos e imediatamente sentir alívio do que quer que seja. É milenar, é milagroso, é estar em paz em comunhão com o mundo, promove o bem-estar do corpo e da mente, e quando se atinge este ponto já não se consegue abandonar o yoga.

É uma prática que todos conseguem fazer, independentemente da idade, género ou condição física. Compreendo que não seja fácil chegar a este "state of mind" e que muita gente diga que não é para si, mas se eu, a stressada-mor do mundo, consegue, qualquer pessoa consegue. Pode demorar a entranhar, é necessária uma concentração e uma capacidade de nos isolarmos do que nos rodeia fora de série, mas garanto, a partir do momento em que isso é atingido, é a melhor coisa que podemos fazer por nós, é o apogeu de ter um momento para nós, e o que há de mais valor do que isso nos nossos dias?

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José Sá é jogador do FC Porto, mas neste caso podia ser de um clube qualquer que pouco importa. O que conta é que é um jovem, uma cara conhecida, um exemplo para as gerações mais novas, e não se coibiu de, num sábado à noite, ir ajudar a Legião da Boa Vontade.

Distribuiu comida pelos mais necessitados, não hesitou em dar dois dedos de conversa e até recebeu umas lambidelas dos amigos de quatro patas destas pessoas.

Estes gestos não têm clube. Estes gestos fazem falta, especialmente quando vêm de quem não tem falta de nada. Porque é como costumo dizer - quem mais tem, menos dá. Quem é abastado está afastado da realidade. A falta de noção e de empatia pelas necessidades dos outros é gigante. Por isso quando um jogador popular sai à rua, sem seguranças ou polícia, sem a revista Flash atrás com uma equipa de maquilhadores, há que louvar. E aqui seja louvado.

Só por ter dado a conhecer esta associação e por meter a mão na massa (do pão) já merecia tirar o lugar ao Casillas.

Via Notícias ao Minuto





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Quando cai um avião é sempre uma merda. A morte é inevitável, assim como as dúvidas em torno do acontecimento. Nos últimos anos têm acontecido alguns acidentes, mas poucos tão chocantes como o de ontem. Por várias razões -

porque estava lá dentro uma equipa de futebol, desporto que nos é tão próximo;

consequentemente, porque eram jovens, atléticos, cheios de energia e vida, e a viver um momento muito especial das suas vidas profissionais, com um percurso fantástico e inesperado até à final da competição para onde se dirigiam;

porque se passou com brasileiros, nossos irmãos, incluindo alguns rostos que conhecemos bem (pelo menos os fãs de futebol);

porque houve sobreviventes saídos daqueles escombros, coisa muito, muito, rara;

porque nesta era, e porque de futebol se tratava, existem montes de fotos, vídeos, celebrações, partilhas nas redes sociais, daqueles jovens, momentos antes de morrerem.

O universo faz cenas maradas e inexplicáveis. Que os jogadores, a equipa técnica, os jornalistas e os membros da tripulação que perderam a vida descansem em paz. O pior, será para aqueles que saíram com vida. Aqueles que vão ficar com mazelas físicas e psicológicas que os marcarão para sempre. Aqueles que irão rever o que se passou, vezes sem conta, quando fecharem os olhos à noite. Aqueles que se perguntarão porque se foram os outros, e não eles. Aqueles que sentirão medo, culpa, saudade. Aqueles que olharão para as tais fotos e vídeos e sentirão facas por dentro a dilacerá-los. Até ao fim da vida.

O mundo chora por vós, Chapecoense.


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Há algum tempo que não ia ver a bola, e uma pessoa apercebe-se que o tempo passa e que está velha conforme fica mais difícil ver a dita cuja. Ora eu, míope e apenas com óculos para ver ao perto, vi-me grega (referência directa ao Mitroglou) para descortinar o que se estava a passar, visto que, como sempre, fico na zona pobre, lá em cima, ao longe, onde o ar é mais frio e as carteiras mais vazias.

Uma pessoa não pode dar parte de fraca quando veste o manto sagrado, logo, passei o tempo a acenar, a dizer que sim e que não, a usar monossílabos e evasivas. "Epá, que entrada dura!" - "Pois foi, pois foi". "Aquilo era amarelo!" - "Hum hum". "Acho que quem vai marcar o livre é o Raul, pelo menos é ele quem está a ajeitar a bola" - "É mesmo!". Resumindo, ou abro a carteira para comprar bilhetes mais perto do campo, ou abro a carteira para comprar uns óculos para ver ao longe. De qualquer maneira, se quero ir à bola como deve ser, tenho de largar o pataco.

Foram papoilas saltitantes, sim senhor, mas desfocadas como se as estivesse a ver através de um vidro embaciado. Confesso que a partir dum certo momento, usei a câmara fotográfica para fazer zoom e ver a coisa como deve ser. Senão teria de mudar o hino - as camisolas berrantes, que nos campos a vibrar, são manchas vermelhas dançantes.


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Portanto tinha aberto um novo clube da cadeia de ginásios que frequento e fui experimentá-lo. Fui à aula de yoga, tirei uma senha para a dita cuja, e ao fazê-lo uma rapariga que lá trabalhava pergunta-me se já sabia da grande novidade. Perante a minha resposta negativa, revela-me que as aulas de yoga deste clube serão feitas totalmente a nu - toda a gente tem de estar em pelota, para uma maior comunhão com o meio e sensação de bem-estar.

Fico um bocado paralisada pela surpresa e começo a fazer contas mentalmente a ver se não estaria com o período e se teria feito a depilação. Depois de me auto-responder, "não" e "sim", digo "ok, vamos lá a isso!".

Arrependo-me imediatamente, pois não sei bem que fazer. Vou logo nuazinha para a aula, andando pelos corredores com as carnes penduradas e pipi exposto? Ou é para despir lá dentro? Começo a observar então as senhoras no balneário e já estão todas como vieram ao mundo. Suspiro e faço o mesmo. Lá vou eu, no meio delas, camuflada, em manada, que isto na natureza e em grupo é mais fácil.

À porta da sala de yoga fica então um grupo bastante variado de pessoas à espera. Homens, mulheres, velhos, novos, pretos, brancos, ciganos, gordos, magros, tudo a mostrar os seus atributos no meio do corredor, enquanto os outros usuários do ginásio passavam boquiabertos com tamanho despudor. Sinto-me encolher até a aula começar, mas depois as luzes apagam-se e descontraio. Acabou por ser uma aula fantástica e acordei relaxadinha como se tivesse mesmo lá estado. Quem sabe não estará aqui um novo conceito.


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Isto não é (só) uma pessoa estranha - é estúpida, mau carácter, mesquinha, má e merece que lhe passem ferros em brasa pelas partes íntimas para depois tomar um banho em álcool.

No Seixal, muito perto de onde moro, um condutor saiu da faixa de rodagem para acertar, propositadamente, numa mulher que ia de bicicleta. No vídeo disponível na página do CM podem ver o (ou "a") filho da puta a sair da faixa, a acertar na ciclista, que cai desamparada e fica estática no chão, e a seguir a sua vidinha como se nada fosse. O condutor que ia atrás e que filmou a cena parou para auxiliar a ciclista e perdeu de vista o outro carro, mas que seja encontrado e que leve uma carga de porrada que o marque para a vida.

Foi assim que o meu avô faleceu. Ele era um ciclista experiente e de manhã bem cedo um cocainado que saía da discoteca atropelou-o. O pendura declarou que o atrasado mental disse, com estas palavras, "vamos lá a ver se consigo acertar no velho". E conseguiu, e matou-o. Mas era o irmão do Presidente da Câmara, e nada lhe aconteceu (judicialmente, já que pelo menos o meu tio o ia matando à pancada).

O mundo está na merda, as pessoas estão na merda, os valores estão na merda, a entre-ajuda está na merda, e isto é apenas um exemplo que foi filmado. Quanta merda não se passará todos os dias, em todo o lado?



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Isto já não é novo mas este rapazola é tão anormal que tive de o trazer a esta categoria de pessoas estranhas. É preciso ser-se muito fraco e ter uma auto-estima abaixo de zero para querer ser outra pessoa, ter o seu exacto aspecto, ter as suas coisas e viver a sua vida social e luxuosa (dito assim até parece roubo de identidade). Agora, para se ser desempregado e já ter gasto 25 mil euros do subsídio de desemprego para o fazer só torna a coisa ainda mais ridícula e parva.

Ainda por cima quando, depois de gasto tanto dinheiro, nem um pintelho tem parecido com o Beckam. Nem uma falha nos dentes, ponto negro, unha do pé, nada. E o moço é tão cego que nem vê. Os apresentadores do programa onde foi entrevistado tentam dizer-lhe com todas as cautelas que tudo foi um desperdício de dinheiro pois em nada se assemelha ao ex-futebolista e que não compreendem a sua obsessão, mas ele simplesmente não quer saber. Há quem queira ser astronauta, ser rico, ter montes de mulheres... Ele só pensa em ser igual ao Beckam, nem que dedique o resto da sua vida a fazê-lo, e até já tem planos onde gastar os próximos 46 mil euros. Eu diria que nem a pila igual à do Beckam vai ter.

O sistema social inglês também deve estar pelas ruas da amargura. Se houvesse justiça social este gajo não iria receber nem mais um cêntimo. Queres botox nos sobrolhos, vai trabalhar! Anda o povo a bulir para pagar injecções de plástico para a fronha dele. Devia andar por cá a penar pelo nosso ordenado mínimo a ver se enchia as bochechas e as beiças com merda.

Ter ídolos e exemplos é normal. Isto é doença mental.

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Madonna Budder tem 86 anos e é conhecida não tanto pela sua devoção e fé a Deus como freira, mas sim por, com esta idade, ser uma desportista do caraças, feito que lhe deu a alcunha de "Iron Nun". Tanto que fez recentemente um anúncio para a Nike. Com 86 anos, porra.

Ela é "só" a pessoa mais velha a completar o triatlo Ironman, que já é difícil para pessoas com um quarto da sua idade, e fê-lo aos 82 anos. Já completou nada mais nada menos do que 325 triatlos ao longo da sua vida. E bem podem vir com a conversa de que deve ter treinado toda a vida, porque começou apenas aos 48 anos, e fez a sua primeira prova aos 55. "Nunca é tarde para começar" é só uma frase feita até nos depararmos com estes exemplos que o provam. Dá vontade de espetar a freira de ferro na fronha de muito boa gente que diz que é demasiado velha para começar, que já não têm idade para ter esperança de perder peso, ter menos dores, ou começar uma vida saudável.

Que mulher, que exemplo. Está numa forma de meter inveja a muita gente nova e quem me dera ter esta vivacidade e capacidade de superação se chegar à sua idade. Aliás, se as tiver com 60 já me dou por contente.

Um amigo, sabendo da minha dedicação ao exercício, apresentou-ma: "olha tu quando fores velha", disse ele. Com estes maus ossos e vértebras que Deus me deu? Quem me dera. Devoção à parte, já sei quem quero ser quando for grande.

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Estava no ginásio nuazinha e suada depois de um treino, antes de ir para a banhoca, e uma rapariga brasileira aproxima-se e mete conversa. "Olá! Onde você fez essa tatuagem na perna? Amei!", ao que eu respondi que foi na Queen of Hearts no LX Factory (passe a publicidade) com o Diogo. Ela anotou o nome no telemóvel e diz-me que quer fazer uma cover up de uma tatuagem que tem nas costas.

Nisto viro-me de costas para ela e mostro-lhe a minha tatuagem das costas. Ela passa os dedos suavemente, não se importando com o meu suor e cheiro a cavalo, e diz numa voz sensualona e arrastada: "Ai... Qui linda..." enquanto estou de cu ao léu virado para ela.

Senti ali uma tensão lesbo-erótica a crescer, agradeci e fui para o duche frio, antes que ela se decidisse a acompanhar-me, já que tinha mais oito tatuagens para ela acariciar.


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