Sonisphere UK 2011

by - sexta-feira, julho 15, 2011


Ter estado presente neste que é um dos maiores e melhores festivais da Europa, tem um grande senão. Agora, ir a um festival em Portugal simplesmente não é suficiente. A música, a organização, as pessoas, estão muitos pontos acima do que aquilo que alguma vez teremos por cá. Estive no 1º dia do Optimus Alive para ver Coldplay e:

. Fiquei uma hora para ser atendida para comer;
. Quando comi, comi com pó;
. Fiquei na fila para ir à wc (não sei se estou enganada,  mas só vi uma zona de wc's) e mesmo assim fiz várias tentativas para encontrar uma que estivesse em condições higiénicas que me permitissem dar uma simples mija;
. O preço das bebidas aumentou em relação ao ano passado;
. As barracas de lojas e marcas são superiores em número às barracas de comida;
. O palco é baixo, e pessoas do meu tamanho não vêm nada, se estiverem numa zona minimamente movimentada;
. Ia andando à porrada com uma espanhola, que estava num grupo com mais vacas do mesmo país, a mandar baforadas de cigarro para a minha cara e para as pessoas à volta, esbracejando e empurrando tudo à volta com mochilas maiores que elas;
. Para quem acampa, o campismo fica longíssimo do recinto;
. Tive de ir a correr para apanhar transporte antes do fim do concerto, porque este ano não fizeram os mesmos autocarros especiais do ano passado.

Pois bem, no Sonisphere:

. Com muitos mais milhares de pessoas (mais do dobro), sempre que quis comer fui imediatamente atendida;
. Existem dezenas de pontos com casas de banho portáteis (limpas e com papel higiénico) espalhados pelo recinto, e todos com água potável;
. O campismo é dentro do recinto do festival;
. Todo o espaço é relvado;
. Andava-se à vontade pelo recinto, mesmo com muitos milhares a mais do que os festivais portugueses;
. Zero de pó;
. Supermercado aberto 24h com tudo o que é necessário;
. O público do festival, ingleses e estrangeiros, caso nos toquem nem que seja com a unha, pedem desculpa;
. Não existem barracas de marcas. Existe o merchadising oficial do festival, e lojas de cd's, vinis, roupa, pin's...
. Os duches são pagos, mas são quentes, e há cabines individuais;
. As barracas de comida estão espalhadas por todo o recinto, desde a bilheteira, até ao palco principal;
. Os concertos começam de manhã (11h00) e terminam às 22h30 no palco principal. Assim, quem tem de apanhar transportes de seguida, fá-lo sem dificuldades. Quem fica pelo festival, curte o espaço sem pressas;
. O recinto tem parque de diversões com carrosseis (que passam metal e não pimba), casino, máquinas de jogos, e até a famosa discoteca silenciosa;
. Aquele público é simplesmente diferente. Quando termina um concerto, vai tudo comer, fazer xixi, beber umas cervejas. Ninguém fica ali agarrado à grade. Para se ver um concerto bem lá na frente, basta aparecer em frente ao palco 10 minutos antes e o lugar está assegurado;
. Da música, nem se fala. No mesmo festival estiveram presentes Metallica, Slayer, Megadeth, Anthrax, Limp Bizkit, Slipknot, Volbeat, Cavalera Conspiracy, Biffy Clyro, Opeth, Arch Enemy, entre muitas centenas, algo impensável num festival português, que parece que em vez de se preocuparem em fazer um cartaz de jeito e coerente, trazem as bandas todas à balda, metem 3 cabeças de cartaz de renome e já está.

A única coisa má foi a lama, que no último dia já tinha invadido todas as zonas de passagem. Mas no clima britânico, em que chove todos os dias, não se pode pedir mais, e a questão resolve-se com umas galochas.

Foi uma experiência memorável, inesquecível, que só peca mesmo pela comparação que agora não consigo deixar de fazer em relação aos nossos festivais. Uma coisa é certa, só voltarei a um festival português por alguma banda que não consiga deixar de ver. De resto, vou fazer todos os possíveis para sair daqui e fazer coisas como deve ser.

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