Searching (2018)

by - quinta-feira, outubro 04, 2018


Fui ver este filme ao cinema no passado fim-de-semana e a experiência começou logo bem, com uma sala quase vazia (e sem putos barulhentos!). Conforme o filme avançou a experiência correu ainda melhor, porque é de uma inovação brutal, com uma realização nunca antes vista, encaixando-se que nem uma luva na designação do melhor storytelling dos novos tempos.

David Kim (John Cho) é um pai viúvo (a esposa morreu de cancro há alguns anos) e cria sozinho a filha adolescente. Um dia, esta desaparece sem deixar rasto. À medida que o tempo passa, David vai ficando mais e mais preocupado - o que poderia ser considerado ao início como uma saída tardia ou um acto rebelde vai deixando de fazer sentido.

Quando a polícia inicia a investigação e nada parece progredir, David começa a procurar pistas na pegada digital da filha - armado do portátil dela, vai apanhando migalhas dos seus últimos dias, através do seu comportamento nas redes sociais e das pessoas com quem nelas interage, acção que também lhe dá a conhecer um outro lado dela que não sabia existir.

A inovação no meio disto tudo é a forma como a história é contada. Tudo, mas mesmo tudo, do início ao fim, é contado apenas e só através dos meios digitais disponíveis e que usamos todos os dias. Não existem câmaras na sua acepção propriamente dita - vemos a navegação na internet, os sites noticiosos, imagens de câmaras de segurança, chamadas de vídeo, vídeos do Youtube, os perfis das redes sociais, e por aí fora. Ora isto não é novo, mas é a primeira vez que vejo isto resultar - e não devo ter sido a única, visto que o filme está a obter críticas estrondosas.

Se uma pessoa como eu que é tão pouco apologista destas modernices gostou, acredito que mais irão gostar. Outro ponto positivo é que os bois são tratados pelos nomes - o Facebook é o Facebook, o Youtube é o Youtube, etc, não há cá disfarces para não ferir susceptibilidades.

É um verdadeiro thriller dos tempos modernos, sem tempos mortos, que nos mantém agarrados, com uma realização inesperada, e ainda por cima com um John Choo abismal. Altamente recomendado, mesmo aos mais cépticos!

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