Hoje é um dia triste para o planeta

by - quarta-feira, agosto 02, 2017

Hoje, dia 2 de agosto, já consumimos os recursos naturais do planeta destinados ao ano todo. O Overshoot Day, como é chamado, tem vindo a acontecer todos os anos cada vez mais cedo. E a larga maioria de nós não consegue ver como isto é preocupante.

Termos esgotado os recursos significa que teremos de desbravar mais terreno, matar mais árvores, alimentar mais gado, arrancar mais peixe do mar, gastar mais energia, e muito mais, sobrecarregando o nosso planeta já de si tão esgotado.

A médio e longo prazo isto quer dizer que teremos menos floresta, mais poluição, agravamento do aquecimento global, menos qualidade de vida, destruição de habitats e espécies animais e, basicamente, toda a nossa vida será afectada. Vai haver fome, regiões que morrerão por falta de água e outras por excesso, ar irrespirável, propagação de doenças, temperaturas insuportáveis e, podem crer, muitas mortes. Ainda para mais, a natureza vai rebelar-se, podem ter a certeza.

A este ritmo, as organizações ambientais prevêem que em 2030 precisaremos dos recursos equivalentes a dois planetas (!), e como só temos um já podem ver o que vai acontecer. Em 2030 a maioria de nós ainda vai andar por cá, se sobrevivermos, e nessa altura vamos sentir na pele todas as consequências e desejar ter feito alguma coisa. E podemos fazer tantas pequenas coisas...

- Reutilizar: mais do que reciclar, reutilizar é o mais importante. Tudo, desde sacos, frascos, tupperwares, caixas, papel de embrulho, garrafas, roupa... vamos dar um maior tempo de vida a tudo o que temos!

- Evitar óleo de palma: a produção de óleo de palma é um dos principais motivos da desflorestação. Não custa nada evitar produtos que o contenham - basta ler os rótulos e procurar alternativas mais sustentáveis. A parte má é que está presente em quase todo o tipo de produtos alimentares, por isso muita atenção.

- Reduzir o consumo de carne: não há volta a dar, a agricultura é a actividade que mais impacto tem no ambiente (mais do que os meios de transporte!). Há montes de estudos e documentários sobre isso, basta uma pequena pesquisa para perceber o seu terrível impacto. Tendo abolido a carne da minha vida posso adiantar que foi a melhor decisão que tomei em todos os sentidos, incluindo para a saúde. Os cépticos que não querem saber pelo menos podiam estipular um dia por semana para não comerem alimentos de origem animal, e acreditem, já teria um impacto descomunal.

- Deixar de ser preguiçoso: não pegar no carro por tudo e por nada, andar mais a pé, usar transportes públicos, andar de bicicleta. A saúde agradece, também.

- Deixar de ser porcos: dá dó ir à praia e ver tudo sujo; mete nojo fazer uma caminhada na floresta e ver sacos de batatas fritas; as cidades estão repletas de sujidade... Somos racionais, mas bem pouco. Vamos lá deixar de ser porcos.

- Não procriar como se não houvesse amanhã: vá lá, nada disto estaria a acontecer se as pessoas não se reproduzissem como loucas. A população aumenta... Os recursos reduzem. É lógico. Não ter filhos ou ter poucos filhos é ser responsável. É garantir um futuro para os que ficam. É sair da esfera do egoísmo, deixar de olhar para o próprio umbigo e para as suas próprias necessidades de perpetuar o nome da família. Não vai haver mundo, nem família, se continuarem a parir desse jeito.

- Reduzir o desperdício: de tudo. De água, tomando duches rápidos, só pondo a máquina a lavar completamente cheia ou não consumindo água engarrafada; de luz, poupando ao máximo, desligando os equipamentos em vez de os colocar em standby e utilizando lâmpadas económicas; de plástico, usando canecas para tirar café no trabalho, em vez de usar copos de plástico todos os dias; de gasóleo, de comida, tudo.

Tudo isto parece senso comum mas infelizmente não é. Se continuarem de boca cheia a chamar os ambientalistas e cientistas de loucos, os vossos filhos não terão um planeta para viver. Quem sabe, nós já não teremos um planeta até ao fim da nossa vida. Seremos a causa da nossa própria extinção. Vamos lá inverter isto. Podem ser pequenas coisas, mas... One giant step to mankind... Está nas nossas mãos.


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