Pessoas estranhas #112 - os espalha-trotinetes

by - quarta-feira, janeiro 16, 2019

O problema não são as trotinetes em si. São as pessoas. Mas como as pessoas são 100% dos problemas do mundo, explico.

Há algumas empresas em Lisboa que fornecem trotinetes. É uma forma de deslocação ecológica e engraçada, e até aí tudo bem. Só que quem se lembrou desta ideia devia ter pensado melhor na forma como, no final do passeio, as trotinetes devem ser arrumadas. As regras diferem de empresa para empresa, e já fui consultar algumas das condições que dizem, por exemplo, que são aplicadas coimas a quem abandona as ditas cujas nas ruas, em zonas de passagem de peões ou de trânsito, mas basta olhar lá para fora para ver que isso não está a resultar.

Trabalho numa zona de Lisboa que já nem se pode considerar Centro, e no entanto não há um único dia em que não veja trotinetes abandonadas por aí. Vejo-as às portas do metro, nos passeios, e ontem, como mostra a foto em baixo, vi uma caída, abandonada e sozinha no chão, no Campo Grande, junto ao estádio do Sporting.

Na última vez que fui à Baixa, há umas semanas, vi dezenas destas coisas em poucas horas. E em algumas ruas, como na Rua do Alecrim, estavam bem no meio do passeio, impedindo a passagem de cadeiras de rodas ou de carrinhos de bebé, já para não falar dos invisuais, que devem estar contentíssimos por estes novos obstáculos surpreendentes que tornam o seu dia menos banal.

Tudo estaria muito bem se as pessoas fossem civilizadas e pensassem no próximo antes de largarem aquela porcaria em qualquer lado; mas como não são, e como toda a gente sabe que não são, as empresas têm de encontrar uma solução. Não podem lançar as ideias sem pensar nas consequências! E, claro, a Câmara também tem culpa no cartório. O que é assustador é que há 4 empresas do género a operar em Lisboa e estão mais 20 em concurso preparadíssimas para entrar no negócio.

Até agora, isto é mais uma nova forma de poluição na cidade, como se já não houvessem bastantes. O lixo dos novos tempos...

You May Also Like

2 comentários

  1. O negócio pelo que li está a ser muito rentável, mas o civismo com que são usadas já é bem diferente, especialmente quando circulam pelos passeios a alta velocidade, já estive de me desviar de uma para não ser atingido por ela.
    Bom dia!

    ResponderEliminar
  2. É daquelas coisas que à partida parece uma boa ideia, mas quando entram os modos, a educação e o civismo das pessoas na equação, estraga tudo!
    Bom dia!

    ResponderEliminar