Pessoas estranhas #132 - os abusadores da autoridade no take-away
Este domingo, com a padaria da minha rua fechada, fui comprar pão num estabelecimento que vende comida para fora. Estava à torreira do sol na fila, máscara posta, quando vejo dois agentes da polícia (um homem e uma mulher) virem em amena cavaqueira pela rua abaixo. Chegam ali, colocam as suas máscaras, e vá de entrar.
A primeira coisa que pensei foi que estivessem a fazer algum tipo de fiscalização, que estivessem a ver se as regras de distanciamento, limitação do espaço, estavam a ser respeitadas, coisa assim. Qual não é o meu espanto quando começam a pedir comida. O meu, e o da senhora que está à frente na fila, que diz ao senhor agente (que era mais um menino, vá) que tem de se pôr na fila. "Mas estamos só a encomendar", diz ele, lá de dentro. E a senhora que está a atender ao balcão, diz-lhe, também muito bem, que só podem estar dois clientes lá dentro, e já lá estavam dois. Eles tinham entrado em casalinho sem nenhuma preocupação, e ele lá saiu. Ainda ouviu a senhora da fila dizer-lhe que ela também só está ali para encomendar, e que para encomendar também é preciso tirar senha e ficar a aguardar a vez. "Mas era só pedir...", murmura ele, todo ele sorrisos, enquanto a sua colega, lá dentro, está a escolher espetadas.
Há estabelecimentos que dão prioridade a agentes da autoridade, bombeiros, etc, mas não era o caso. Mesmo não sendo, se eles se tivessem dirigido às pessoas e explicado que estavam em serviço, tinham pouco tempo, de certeza que não teria existido mal-estar. Mas entrar por ali adentro, violando a lei da limitação de pessoas no espaço que deviam ajudar a respeitar, com uma atitude de sorrisinhos e desculpas não válidas, caiu-me mal.
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