George Floyd, ou a desigualdade no asfalto
9 minutos. Foi o tempo que o afro-americano George Floyd esteve com a cara empurrada contra o asfalto. 9 minutos a suplicar, a pedir água, a dizer que não conseguia respirar. 9 minutos que representam aquilo que o mundo ainda é: o homem branco a subjugar o negro. Em 9 minutos, morreu.
Ouve-se o eco do típico comentário racista: "aaahh, mas alguma coisa ele teve de fazer". Queridos, não era nenhuma questão de vida ou de morte. Ele não tinha reféns, não ameaçou ninguém, não tinha nenhuma arma, não representou perigo. Foi acusado de burla quando estava a fazer um pagamento.
Era advogado, tinha 46 anos, e soube-se imediatamente que estava inocente. Dizem que ele resistiu à detenção, as testemunhas dizem que não. Quem o matou anda à solta enquanto decorre um inquérito, que como sempre não dará em nada.
Não me fodam, o racismo existe, a desigualdade existe, e na América se não fores um homem branco heterosexual (de preferência com porte de arma) corres o risco de levar uma sova, de não teres oportunidades na vida ou, simplesmente, de morrer na via pública. E é claro que isto não é só na América.
Não, não vai ficar tudo bem, porque nunca esteve. Desculpa George, as pessoas são uma bosta.
0 comentários