Castle Rock (série, 2018)

by - terça-feira, setembro 18, 2018


Eu adoro o Stephen King. Amo-o de paixão. Quando soube que ia ser lançada uma série baseada no universo das suas histórias, fiquei toda eu com borboletas na barriga. O facto de ter Stephen King e J. J. Abrams como produtores executivos aguçou-me ainda mais o apetite. A ideia da série era um argumento totalmente novo, mas tendo vários elementos dos escritos de King.

Comecei a ver, e foi para mim um delírio começar a identificar os elementos ligados a Stephen King aqui e ali - um dos locais da acção é a prisão de Shawshank (The Shawshank Redemption); uma das actrizes, Sissy Spacek, foi a Carrie no filme original; no genérico aparece referência ao Misery; um dos protagonistas é Bill Skarsgård, que foi o palhaço do It na versão do ano passado; há uma personagem - Jackie Torrance -, sobrinha de Jack Torrance (The Shining). E mais não digo, porque fazer estas descobertas foi o maior prazer que tive ao ver a série e acredito que outros fãs irão sentir o mesmo.

Em Castle Rock, um homem aparece misteriosamente numa zona vazia da prisão de Shawshank - não há qualquer registo dele, não é um prisioneiro e ninguém o conhece na comunidade. Ele não profere uma palavra e torna-se impossível identificá-lo, ao mesmo tempo que os responsáveis da prisão lutam para que este súbito aparecimento não seja mencionado nos media. Depois de alguns dias, finalmente o estranho profere algumas palavras - um nome, na verdade - Henry Deaver, um advogado que outrora viveu na cidade.

Chamado à prisão de emergência, Henry depara-se com um cenário surreal - vai representar um desconhecido que não falou nada para além do seu nome, numa cidade com um grande historial de desaparecimentos, assassíninos, desastres, eventos misteriosos sem explicação, e de onde saiu para fugir ao seu passado envolto em mistério. E, à volta do desconhecido que já é considerado o próprio diabo, a história vai-se desenrolando.

Devo dizer que adorei os primeiros episódios - parecia algo realmente diferente, uma história medonha, onde os elementos do Stephen King se misturavam perfeitamente. Com uma boa fotografia, óptimos actores, uma aura negra, tinha tudo para ser uma série que iria adorar. Mas, para mim, tudo descambou a partir, mais ou menos, do 6º episódio. Uma história que estava a ser linear, apesar de estranha, por vezes, tornou-se uma confusão quando começou a misturar o espaço temporal e colocou o espectador numa rambóia de emoções. Pensava que estava a perceber tudo o que estava a acontecer, e afinal não. E fiquei assim até ao fim, na dúvida, obrigando-me a ir pesquisar sobre o que tinha visto, sem compreender.

Tornou-se, enfim, demasiado rebuscada, e culpo o J. J. Abrams por isso. Parece coisa dele, tal como acabou por fazer com o Lost. A temporada terminou com um apontamento que revela qual será o cenário da próxima temporada e fiquei entusiasmada com a ideia visto tratar-se da minha obra favorita do Stephen King. No entanto, não sei se irá acontecer. Neste momento temo que cancelem a série. Veremos.

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7 comentários

  1. Esta não conheço, mas há série que consideramos excelentes e a que tem acontecido a mesmissima coisa: começam bem, mas algures descambam de uma forma que não se percebe. Uma dessas, para nós foi "O Amor no Alaska" / "Men in Trees".

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    1. Não conheço nenhuma delas. É coisa que raramente me acontece, mas esta sendo baseada no meu querido SK dói especialmente :(

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    2. Acredito. Os Condenados de Shawshank será sempre o meu filme preferido de um livro dele (o livro é muito diferente?) e "proibi" o rapaz lá de casa que gosta tanto de escrever de ver o "Misery" (ou pelo menos "AQUELA" cena).

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  2. Por acaso o filme é muito fiel à história (não é um livro, faz parte de um livro de contos), e são ambos brilhantes. Ooooohh, que maldade, deixe lá o rapaz ver o que é bom :D Quer dizer, a minha mãe deu-me a ler A Mansão do Diabo quando eu tinha 10 anos e agora sou esta esgroviada :P

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    1. Ok, pode não ter sido o ideal para 10 anos, mas abriu-lhe os olhos e tournou-a mais informada e com vontade de saber (tão raro, hoje em dia). Eu também tenho a minha quota de livros estranhos (graças à barraca no quintal do meu pai-dito assim soa um bocado mal, mas era uma casinha de arrumos de ferramentas e livros, muitos livros e revistas e medalhas - um mundo)
      :-)

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