Palavras do Abismo

E reza assim:

"De forma pouco convencional, Adolfo Luxúria Canibal resolveu mergulhar em 30 anos de recortes e seleccioná-los de modo a compor uma biografia pouco autorizada dos Mão Morta. São mais de 350 páginas que fazem um retrato muito peculiar, não apenas da banda, mas também do panorama musical. E, nas entrelinhas, do país." JP Cotrim

Quero, quero, quero! Cada palavra que o meu Canibal cospe eu consumo, cada linha, poema, refrão ou falta dele. Então 30 anos de Mão Morta em 350 páginas quero mais ainda. Vai ficar mesmo bem na minha casa. Ao lado da minha almofada. Abraçado a mim.



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Ontem estive no Festival Reverence Valada e foi uma agradável surpresa. Fui lá pelos meus Bizarra Locomotiva (concerto brutalíssimo), mas acabou por ser muito mais do que isso.

O espaço é formidável, com um cenário natural de rio e praia junto à pequena e simpática vila de Valada. O verde da natureza e o azul da água, juntando ao sol espantoso, ofereceram-nos um dia de sonho. A música está sempre presente, ouve-se ao fundo, mesmo quando estamos a banhos no rio Tejo. Tudo se completa, a calmaria reina, os nossos corpos agradecem.

O público é diferente daquilo que estou habituada, mais hipster, descontraído e despreocupado, e gosto disso. Muita simpatia, tanto das gentes da terra, como dos nómadas festivaleiros. Comida boa e barata com opções para todos os gostos, e eu, que não como carne, fiquei encantada por ver barracas com melancias num festival.

Até deu para encontrar um dos meus grandes ídolos, o Adolfo Luxúria Canibal, a desfrutar também do ambiente, feliz da vida, dar dois dedos de conversa e tirar umas fotos para a posteridade.

Estou feliz por ter vivido o Valada. É para repetir. Até para o ano!

Mais fotos aqui.


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Conhecer um ídolo é daquelas coisas. Daqueles momentos que não vamos esquecer nunca por mais anos que vivamos. Seguimos o trabalho de alguém durante tanto tempo, idolatramos tudo o que fazem e temos um apreço inestimável por tudo o que lhes sai da boca e dos poros. Há dias tive a oportunidade de conhecer um ídolo. Não acreditei quando subi ao backstage para conhecer o Adolfo Luxúria Canibal. Épico, brutal, inesquecível. O poeta, cantor, vocalista dos Mão Morta desde 1984, advogado, dono de uma das poucas vozes que me revolvem as entranhas. Falei com ele, toquei-lhe, tirámos fotos. E para comemorar deixo aqui uma das centenas de letras das suas músicas inconfundíveis que me aquecem a alma:


"Estou sujo,
Roído de piolhos,
Os porcos quando olham pra mim vomitam.
(...)
Duas medusas atravessaram os mares
Imediatamente atraídas por uma esperança que não foi iludida
Olharam com atenção as duas partes carnudas
Que formam o traseiro humano
E colando-se ao seu condutor do convexo
Esmagaram ...tanto por uma pressão constante
E os dois pedaços de carne desapareceram
Ficando lá dois monstros saídos do reino da viscosidade
Iguais na cor, na forma, e na ferocidade.

Não falei da minha coluna vertebral, porque é uma espada.
Sim, sim, estava distraído A vossa pergunta tem toda a razão de ser.
Desejais saber "Não é verdade? como é que ela se encontra verticalmente implantada nos meus rins?"
Nem mesmo recordo muito claramente.
No entanto, se me decidirem tomar por lembrança
Que talvez não passe de um sonho
Sabei que o Homem, quando soube que eu tinha feito o voto
De viver com a doença e a imobilidade
Até vencer o Criador, veio por trás de mim, pela ponta dos pés
Mas não tão levemente que eu não ouvisse
Não percebi mais nada durante um instante que não foi longo
Aquele que tinha aliviado espetou-se até ao carro
Por entre as duas espádulas do torro de morte
E a sua....estremeceu como um tremor de terra
A lâmina adere fortemente ao corpo
Que ninguém até agora a conseguiu extrair
Os atletas, os mecânicos, os filósofos, os médicos
Tentaram cada um por si os meios mais diversos

 Não sabiam que o mal feito pelo Homem não pode mais ser desfeito."


"A Porcaria"



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