Raramente me lembro do que sonho, mas quando me lembro é fantástico. Esta noite sonhei que o meu namorado era um mestre de cozinha, mas só de sopas. Dava workshops sobre como fazer 3 sopas em 10 minutos. A cozinha mais parecia um laboratório, cheia de pipetas, tubinhos, frascos transparentes e vapores de várias cores. Entre os alunos estavam várias caras, umas conhecidas, inclusive pessoas por quem não nutro nenhuma simpatia. O que é certo é que eu, que não sou fã de sopas ou de legumes, comia toda regalada uma sopinha de tons laranja com coisas verdes (não me arrisco a dar nomes à s "coisas verdes" porque o léxico vegetal começa e termina na alface). Não me consigo decidir quanto à moral deste sonho. Devo incluir a sopa nas minhas refeições? Devo sugerir ao meu mais que tudo uma carreira na cozinha? Devo continuar a sonhar, a ver se da próxima vez é com um paÃs feito de chocolate?
"Turn me on to phantoms
I follow to the edge of the earth
And fall off
Everybody leaves if they get the chance
And this is my chance
I get eaten by the worms
And weird fishes"
Radiohead - "Weird Fishes / Arpeggi"
Toda a gente foge quando tem oportunidade. Uma porta aberta.... não. Uma janela aberta... não. Uma fresta aberta e escapam. Basta uma racha na parede. Nós na ponta da Terra, onde não há mais nada, não há chão à nossa frente, só o abismo negro sem fim, e ainda assim damos o passo em frente se nos pedirem com jeitinho. Aceitamos que a carcaça do que sobrou do nosso corpo seja carcomida por vermes e peixes estranhos até não restar um vestÃgio de pele ou entranhas, se for esse o desejo de quem nos manda saltar para o nada. Damos mais do que o corpo ao manifesto, damos o fantasma da nossa alma penada ao diabo, porque já nem vale um cêntimo que justifique a venda. E depois é assim - toda a gente foge quando tem oportunidade, e nós outros, defuntos podres e putrefatos, continuamos no mesmo sÃtio porque não nos atrevemos a ir embora e a seguir em frente. E depois, quando nos apercebemos, de cadáver já não há volta.
I follow to the edge of the earth
And fall off
Everybody leaves if they get the chance
And this is my chance
I get eaten by the worms
And weird fishes"
Radiohead - "Weird Fishes / Arpeggi"
Toda a gente foge quando tem oportunidade. Uma porta aberta.... não. Uma janela aberta... não. Uma fresta aberta e escapam. Basta uma racha na parede. Nós na ponta da Terra, onde não há mais nada, não há chão à nossa frente, só o abismo negro sem fim, e ainda assim damos o passo em frente se nos pedirem com jeitinho. Aceitamos que a carcaça do que sobrou do nosso corpo seja carcomida por vermes e peixes estranhos até não restar um vestÃgio de pele ou entranhas, se for esse o desejo de quem nos manda saltar para o nada. Damos mais do que o corpo ao manifesto, damos o fantasma da nossa alma penada ao diabo, porque já nem vale um cêntimo que justifique a venda. E depois é assim - toda a gente foge quando tem oportunidade, e nós outros, defuntos podres e putrefatos, continuamos no mesmo sÃtio porque não nos atrevemos a ir embora e a seguir em frente. E depois, quando nos apercebemos, de cadáver já não há volta.
Finalmente experimentei comprar pela Amazon e não vou querer outra coisa nos próximos tempos. Entre muitas outras coisas, CD's novos a menos de metade do preço que se paga cá e sem pagar portes de envio é imbatÃvel. Não sei onde este paÃs vai parar, mas o preço que pagamos pela cultura é absolutamente absurdo. Espero que alguém abra os olhos em breve e faça alguma coisa, ou iremos desembolsar cada vez menos dentro das nossas fronteiras, o que é uma pena.
Esta foi a minha primeira aquisição:
Esta foi a minha primeira aquisição:
Sou fã deste senhor. Ele está-se simplesmente nas tintas. Ele não tem medo. Ele faz aquilo que todos nós já pensámos mas que temos vergonha de verbalizar ou fazer. Este é o homem que pôs um pai a peidar na cara da filha. Gozou com o 11 de setembro e chocou a América. Pôs uma famÃlia inteira a vomitar durante 2 minutos em televisão. Colocou Jesus na Terra como um fumador de erva que trabalhava numa loja de música. Pôs cães a ter sexo com humanos, criou bebés assassinos, velhotes pedófilos, atacou o Catolicismo. Chamou pretos aos pretos, chau-mins aos chineses, gordos aos gordos, putas à s putas, todos os pontos nos is. Mostrou sangue, miolos, intestinos, morte, armas, drogas, máfia, polÃtica, bófias, criticou tudo, todos, sempre com um humor brutal, directo ao assunto, mordaz, eficaz, espectacular. E agora criou um urso de peluche chamado Ted, fumador de marijuana, álcoolico e viciado em sexo.
Não é de admirar que tenha sido considerado o homem mais inteligente a trabalhar em televisão. Sou tua fã, Seth!
Não é de admirar que tenha sido considerado o homem mais inteligente a trabalhar em televisão. Sou tua fã, Seth!
Existem aqueles filmes que vemos por acaso, e depois de o vermos percebemos que não foi obra do acaso que nos tenham vindo parar à s mãos. "Jeff, who lives at home" conta a história de Jeff, 30 anos, que mora com a mãe, e que é super fã do filme "Signs", com Mel Gibson. Tal como no filme que adora, Jeff procura sinais sobre o que fazer com a sua vida, que parece estagnada e com a qual se sente miserável. O destino parece pregar partidas a Jeff e à sua famÃlia, mas tudo conflui para aquele momento em que tudo faz sentido, e que nos mostra que o sÃtio onde estamos neste momento, é onde é suposto estar, é onde devemos estar. Basta ter atenção aos sinais.
"When I first saw you
I was deep in clear blue water
The sun was shining
Calling me to come and see you
I touched your soft skin
And you jumped in with your eyes closed
And a smile upon your face
Você vem, você vai
Você vem e cai
E vem aqui pra cá
Porque eu quero te beijar na sua boca"
Smoke City - Underwater Love
I was deep in clear blue water
The sun was shining
Calling me to come and see you
I touched your soft skin
And you jumped in with your eyes closed
And a smile upon your face
Você vem, você vai
Você vem e cai
E vem aqui pra cá
Porque eu quero te beijar na sua boca"
Smoke City - Underwater Love
Esta noite sonhei que fui a uma loja e deparei-me com uns sapatos do Rob Zombie simplesmente fabulosos. Fiquei completamente apaixonada e exibi-os orgulhosamente por onde passava. Agora que estou bem acordadinha, ainda fui pesquisar a ver se os ditos cujos eram reais, mas não encontro nada parecido. Estou a ver que ainda os vou desenhar e enriquecer à custa do sonho. Se estivesse aqui o génio da lâmpada mágica gastava um desejo naqueles sapatos fantásticos. Mas esse gajo nunca aparece quando é preciso.
Conhecer um Ãdolo é daquelas coisas. Daqueles momentos que não vamos esquecer nunca por mais anos que vivamos. Seguimos o trabalho de alguém durante tanto tempo, idolatramos tudo o que fazem e temos um apreço inestimável por tudo o que lhes sai da boca e dos poros. Há dias tive a oportunidade de conhecer um Ãdolo. Não acreditei quando subi ao backstage para conhecer o Adolfo Luxúria Canibal. Épico, brutal, inesquecÃvel. O poeta, cantor, vocalista dos Mão Morta desde 1984, advogado, dono de uma das poucas vozes que me revolvem as entranhas. Falei com ele, toquei-lhe, tirámos fotos. E para comemorar deixo aqui uma das centenas de letras das suas músicas inconfundÃveis que me aquecem a alma:
"Estou sujo,
RoÃdo de piolhos,
Os porcos quando olham pra mim vomitam.
(...)
Duas medusas atravessaram os mares
Imediatamente atraÃdas por uma esperança que não foi iludida
Olharam com atenção as duas partes carnudas
Que formam o traseiro humano
E colando-se ao seu condutor do convexo
Esmagaram ...tanto por uma pressão constante
E os dois pedaços de carne desapareceram
Ficando lá dois monstros saÃdos do reino da viscosidade
Iguais na cor, na forma, e na ferocidade.
Não falei da minha coluna vertebral, porque é uma espada.
Sim, sim, estava distraÃdo A vossa pergunta tem toda a razão de ser.
Desejais saber "Não é verdade? como é que ela se encontra verticalmente implantada nos meus rins?"
Nem mesmo recordo muito claramente.
No entanto, se me decidirem tomar por lembrança
Que talvez não passe de um sonho
Sabei que o Homem, quando soube que eu tinha feito o voto
De viver com a doença e a imobilidade
Até vencer o Criador, veio por trás de mim, pela ponta dos pés
Mas não tão levemente que eu não ouvisse
Não percebi mais nada durante um instante que não foi longo
Aquele que tinha aliviado espetou-se até ao carro
Por entre as duas espádulas do torro de morte
E a sua....estremeceu como um tremor de terra
A lâmina adere fortemente ao corpo
Que ninguém até agora a conseguiu extrair
Os atletas, os mecânicos, os filósofos, os médicos
Tentaram cada um por si os meios mais diversos
Não sabiam que o mal feito pelo Homem não pode mais ser desfeito."
"A Porcaria"
"Estou sujo,
RoÃdo de piolhos,
Os porcos quando olham pra mim vomitam.
(...)
Duas medusas atravessaram os mares
Imediatamente atraÃdas por uma esperança que não foi iludida
Olharam com atenção as duas partes carnudas
Que formam o traseiro humano
E colando-se ao seu condutor do convexo
Esmagaram ...tanto por uma pressão constante
E os dois pedaços de carne desapareceram
Ficando lá dois monstros saÃdos do reino da viscosidade
Iguais na cor, na forma, e na ferocidade.
Não falei da minha coluna vertebral, porque é uma espada.
Sim, sim, estava distraÃdo A vossa pergunta tem toda a razão de ser.
Desejais saber "Não é verdade? como é que ela se encontra verticalmente implantada nos meus rins?"
Nem mesmo recordo muito claramente.
No entanto, se me decidirem tomar por lembrança
Que talvez não passe de um sonho
Sabei que o Homem, quando soube que eu tinha feito o voto
De viver com a doença e a imobilidade
Até vencer o Criador, veio por trás de mim, pela ponta dos pés
Mas não tão levemente que eu não ouvisse
Não percebi mais nada durante um instante que não foi longo
Aquele que tinha aliviado espetou-se até ao carro
Por entre as duas espádulas do torro de morte
E a sua....estremeceu como um tremor de terra
A lâmina adere fortemente ao corpo
Que ninguém até agora a conseguiu extrair
Os atletas, os mecânicos, os filósofos, os médicos
Tentaram cada um por si os meios mais diversos
Não sabiam que o mal feito pelo Homem não pode mais ser desfeito."
"A Porcaria"