Palavras do Abismo

Será que a ausência de som absoluta existe? Ontem à noite, no silêncio sepulcral do meu leito, reparei com deleite na total ausência de sons - nem pessoas, nem animais, nem vento, nem carros, absolutamente nada. Enquanto apreciava a calmaria, reparei também que existia, sim, um som. Vindo da minha própria cabeça, dos meus ouvidos. Como se o meu corpo combatesse o silêncio produzindo ou inventando sons para meu desprazer.

É raro lembrar-me do que estou a pensar antes de dormir, mas hoje lembrei-me e fui pesquisar sobre isso. Parece que é uma cena. O fluxo sanguíneo pode fazer-se ouvir, aliado à atividade neurológica, blá blá blá, e forma uma espécie de zumbido interior. O que importa é que, foda-se, não dá para estar em completo silêncio, pois não? Deve ser isto que querem dizer no The Sound of Silence, toda uma canção dedicada ao zumbido que fica quando tudo se cala. De qualquer forma, feliz é quem chega a esse ponto de estar tanto silêncio que dá para ouvir os seus sons internos.


Imagem gerada por AI com o pedido "Sound of Silence". Apeteceu.


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Conforme os anos vão passando e nos vamos distanciando do 25 de abril de 1974, mais se observa o levantar de vozes dignificando Salazar, que "nesse tempo é que era". Não é de estranhar que a maior parte destas vozes não fosse viva nessa altura. E também é notório que devem falar pouco com os pais, ou com os avós. Nunca devem ter ouvido a realidade de uma boca próxima, de uma pessoa real que viveu a vida tal como ela era. Ou então, são de famílias privilegiadas. Para eles, relatos de pessoas presas, espancadas ou mortas por serem contra o regime, por opinarem, por terem voz na praça pública, são como ficção. Sem se darem conta do facto de que elas próprias terem abertura e liberdade para dizer as baboseiras que querem, é produto do fim da ditadura.

O que agora é feito com normalidade - dizer mal do governo, comentar a vida política nos cafés, VOTAR livremente! - não era possível. Os comentadores de Facebook que passam a vida a denegrir os líderes políticos atuais (sejam eles quais forem), já teriam recebido uma visita de uns certos senhores e nunca mais seriam vistos. A imprensa, que hoje consideram parcial, um "jornalixo", era altamente controlada pelo Estado e só eram publicadas notícias que lambessem as botas ao governo ou que fossem tão inócuas e dóceis que não fizessem mossa a ninguém.

Esses saudosistas da tanga, que decerto batem punhetas a ver gajas nuas entre posts a destilar veneno, nem se devem lembrar que as mulheres tinham de andar tapadinhas, em nome da decência e do decoro, tendo os biquinis sido proibidos e os tamanhos dos decotes eram determinados na lei.

Esses punheteiros que, muitos deles, gostam de ver o seu filme de super-heróis, não devem saber que as bandas desenhadas vindas do estrangeiro eram proibidas. Esses punheteiros, que dão uma golada na Coca-cola entre punhetas, não se devem lembrar que a bebida era proibida em Portugal, por medo da modernidade!

Decerto contribui para esta tesão pelo Estado Novo o controlo que era feito às mulheres. As enfermeiras, telefonistas e hospedeiras não se podiam casar. Se quisessem viajar, as mulheres tinham de ter autorização do marido, assim como para assinar documentos e tomar decisões sobre bens que lhes pertencessem. A sua correspondência também era controlada pelo marido. O acesso a um sem número de profissões era negada. As professoras tinham de ter, obrigatoriamente, um salário inferior ao marido, e precisavam de autorização para casar. E se levassem nos cornos, ou fossem traídas, era deixá-las andar, que o divórcio era proibido. Nas escolas, nada de misturas - meninas para um lado e meninos para o outro. Saias, só se não mostrassem joelhos. Que tesão, hein, machistas?

Hoje, inflamados por discursos populistas, enchem a boca com expressões como "os estrangeiros que nos invadem têm tudo, e os nossos sem-abrigo?" Pois, na altura, era proibido ser-se sem-abrigo. Se não houvesse um documento que comprovasse incapacidade para trabalhar, iam para a prisão. Percebem a contradição?

Coisas simples como acender um cigarro ou andar de bicicleta (para ter isqueiro e bicicleta era preciso licença), jogar às cartas no comboio, ouvir a música que querem, os filmes que querem, ver os programas que querem, ler os livros que querem, andarem de mãos dadas na rua, ou dar um beijinho, fazerem reuniões ou ajuntamentos de pessoas, sacudir o pó, dariam, na altura, com sorte, uma multa, ou com a falta dela, prisão ou mesmo a morte.

Não consigo mesmo entender os lunáticos que olham para as características da ditadura e dizem, sim senhor, é isto mesmo que eu queria. É que só podem ter um distúrbio. Não há um argumento que considere válido na defesa da ditadura. Venham os punheteiros dizer, ah mas as contas estavam equilibradas, tínhamos dinheiro! Pois, havia quem tivesse dinheiro, principalmente os amigos do regime, e havia quem fosse pobre. Se tivemos um crescimento substancial foi devido às exportações durante a guerra e à exploração das colónias. De resto, o medo da modernidade travou a industrialização e Portugal era um país bastante atrasado, preso à sua ruralidade. Ah, e construiu uma ponte. Pronto, então tudo bem, aceito levar pontapés no lombo por ler um livro proibido em troca de uma ponte. Não há mais ninguém no mundo que nos faça uma ponte. Nem havia o raio dum salário mínimo, nem sequer direito a férias! Não havia saúde pública, ensino público, sindicatos, direito à greve... Porreiro, pá!

Este ano assinalam-se 50 anos do fim da ditatura e é chocante existirem pessoas que a ela querem voltar. Quero acreditar que não sabem o que dizem. Quero acreditar que não encontram prazer na repressão e na tortura. Quem nos tirar a liberdade, tira-nos tudo. Pesquisem entrevistas de quem passou mal, falem com gerações mais velhas, estudem as atuais ditaduras. E se mesmo assim acharem que "nesse tempo é que era", e como "quem está mal muda-se", força, emigrem para um país com um regime ditatorial e divirtam-se. Sugiro a Coreia do Norte, vão adorar.

As eleições estão à porta. Não fiquem em casa. Façam uso do direito que foi conquistado a pulso. Não tomem nada por garantido. Olhem para o que está a acontecer no mundo. Não sucumbam a discursos populistas inflamados. Não fechem as portas que Abril abriu. Precisamos de responsabilidade, comprometimento e honestidade, sim, mas nunca, NUNCA, à custa de ódio e medo.

Fascismo nunca mais, 25 de abril sempre!



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Foi há cerca de um ano que tomei a decisão. O meu fundo já o sabia, mas adiava. Tinha medos, receios, "e ses" infinitos, pés atrás. As noites sem dormir, de barulhos, buzinas, vozes embriagadas, ambulâncias pela noite dentro, derrapagens, rateres sem respeito às horas, à minha janela, foram o desgaste que precisava para dar o passo. O meu coração palpitava de assombros noturnos a todo o instante, e para além do mais, já não podia com os transportes lisboetas, as avarias, as greves, os atrasos, os suprimidos, as obras, o trânsito violento, a falta de calma, de educação, as sardinhas em lata, respirar sovacos alheios, peidos alheios, aguentar, aguentar, aguentar, para apenas repetir no dia seguinte. Vivia em sobressalto constante e sentia-me sempre esgotada. E, ainda, Lisboa não era a mesma que conheci quando, aos 18, vim do Alentejo para estudar e me deparei com ela. Em quase duas décadas, a cidade mudou de rosto e de sorriso. Deixou de ser uma terra nossa que queríamos mostrar aos outros com orgulho, para uma terra dos outros, os que podem pagar, com ou sem orgulho, um pedaço dela. E a cidade adaptou-se a eles, ao dinheiro, não a nós.

Então, após 19 anos a morar em Lisboa (e arredores), decidi ir embora e regressar ao Alentejo que me viu nascer e crescer. Fui embora, agradecida pelos ensinamentos da cidade, pelas vivências que me proporcionou, pelos meus amigos, pelas centenas de concertos, festivais, exposições, peças, e tudo o mais que me deu a conhecer e que me tornou a pessoa que sou. Do mesmo modo, se sou mais aberta, recetiva, com sentido de comunidade e empatia, é pela diversidade étnica, cultural e humana que Lisboa me proporcionou. Capital, continuo a gostar de ti, mas como em qualquer relação, gostar não basta.

A modos que me deu na veneta e disse: é agora. Não foi. Demorou muito, muito tempo. Os tempos estão maus, as casas estão caríssimas. Os créditos estão difíceis de obter, as taxas de juro estão pela hora da morte. No trabalho, lutava para que me deixassem ficar a trabalhar remotamente. Os serviços públicos falhavam, faltava sempre qualquer coisa, um papel, uma rúbrica, um comprovativo, uma bufa. Tinha de vender a casa na margem sul. Cismei que havia de tratar de tudo sem recorrer a agências, por dinheiro, ou falta dele, e consegui. Levei tempo, mas os astros acabaram por se alinhar.

Já cá estou há uns meses. Parece, agora, que nunca saí daqui, do litoral alentejano. A cacofonia da cidade, as noites sem dormir, as palpitações no coração e o stress parecem fazer parte de uma outra vida. Temia. As saudades dos amigos, o estar distante da ação, o ter tudo perto, ter tanto a acontecer. Não havia razões para tal, porque o isolamento e o silêncio estão a fazer milagres por mim, e os amigos, esses, ficam contentes por ter casa no Alentejo onde podem vir sempre que quiserem. Passei de ouvir os carros 24 horas por dia, junto ao trecho de estrada nacional que levava a Almada onde morava, para acordar com os pássaros e festejar com eles o fim do dia. Em vez de bêbados a vomitar e mijar nas paredes do prédio, recebo a visita de patos que já sabem onde comer a fatia de pão diária. Em vez de ter prédios como vista, agora consigo ver o nascer e o pôr-do-sol, a largura do céu em todo o seu esplendor naqueles tons de azul a jogar com o rosa. Em vez de atravessar a estrada e ter um hipermercado, tenho um jardim enorme de árvores frondosas com lagos e muitas espécies animais. No silêncio da noite, não me assusto com rateres, ouve-se antes as ondas do mar a rebentar lá longe. Em vez de lixo por todo o lado e cheiro nauseabundo nas ruas, agora podia comer do chão e cheira a flores e pinheiros. Não há filas ou multidões, não há trânsito, não há sequer um semáforo. E a comida? Nem se fala.

Tudo tem um tempo. No auge da minha idade adulta recém adquirida, era normal querer sair, descobrir, viver numa cidade grande, experimentar o que tinha de experimentar. E fi-lo. Com o passar do tempo, vamos dando importância a coisas diferentes. É normal. Atenção, que isto não é para todos. Há pessoas que nunca se iriam adaptar. Mas era o que alma e coração pediam, e não podia ignorar mais tempo. Cá, o tempo passa mais devagar e obriga-nos a estar connosco próprios. Se não se estiver à vontade com isso, não se será feliz aqui. Eu estou feliz. 

E, pasme-se, voltei a ter vontade de escrever. Até breve, provavelmente. 



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O ciclo não se fecha propriamente. Amanhã o sol vai nascer, tal qual como ontem aconteceu, tal como acontecerá daqui a um ou mil anos. Mas muitas pessoas apoiam-se no último dia do ano para fazer resoluções. Que vai ser assim ou assado, mais exercício, comida saudável, mais tempo para os próprios, mais tempo para os outros, menos chatices, mais amor, menos luta. Conforme o sol vai subindo todos os dias, as resoluções tornam-se borrões distantes, longe, inatingíveis, palavras levadas por este vento fresco que vive connosco por estes dias.

Foi um ano em que se esperava que o melhor de nós viesse à superfície. Devia ser assim quando se enfrenta um desconhecido que não escolhe raças, géneros, nacionalidades, etnias, preferências sexuais. Um problema assolou o mundo e em vez de nos ajudarmos, separámo-nos. Nunca houve tanta divisão, preconceito, o eu e o eles, o tu e os outros. Não somos um povo, somos milhões de ilhas com palas à deriva lutando por atracar na pouca terra firme.

Não peço nada e não tenho resoluções para o ano vindouro. O que vier virá e será devidamente apreciado e aproveitado. Farei o melhor com o que tiver. 

Para o resto do mundo. Só gostava que olhássemos para o próximo como um igual. Como um humano que não escolheu o sítio onde nasceu, a classe social, a cor da pele, ou a orientação sexual. Mas como uma pessoa com uma história. As histórias que são diferentes da nossa não são piores, são só isso, diferentes. E aceitar e lidar com a diferença é a suprema poesia do que é ser-se humano. Mais respeito, aceitação, mais capacidade para ouvir, apresentar soluções e estender uma mão. Menos julgamentos, olhares de lado, medo, apontares de dedo. 

O mundo é de todos e cada um de vós nasceu nu. As circunstâncias moldaram-vos. Podia ter-vos saído a batata do lado. Lembrem-se disso.




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Bruno Candé tinha 39 anos, era actor, tinha família. Foi morto em plena luz do dia numa conhecida zona lisboeta. Levou quatro tiros no peito. O assassino era um homem idoso que tinha uma arma sabe-se lá como e porquê. Há quem diga que havia atritos entre os dois por causa da cadela de Bruno. Há quem diga que o velho tenha dito coisas como "preto, volta para a tua terra" dias antes de o matar. Há quem tente desculpar o velho porque tinha problemas mentais. Há quem tente desculpar o velho porque a cadela de Bruno o incomodou.

Não sei se foi um crime motivado por racismo. Não tenho na minha posse os factos e o enquadramento. Mas pouco me importa. Seja qual for o motivo do ódio, foi ódio. Assusta-me que tenha sido num bairro qualquer, a uma hora qualquer, por um motivo qualquer. Podia ter sido eu, podias ter sido tu. Hoje, mata-se tão facilmente como se bebe um copo de água. Tiram-se vidas por nada. O ódio cresce por nada. E estou farta do ódio. Porque é que sentimentos tão negros crescem relativamente ao próximo? Compreendo pais que odeiem o homem que lhe violou a filha. Compreendo alguém que odeie a pessoa que ateou um fogo e lhe levou tudo o que tinha na vida. Compreendo reacções a quente a coisas graves como estas - mesmo assim, nada justificando que se mate a sangue frio.

Seja o motivo deste crime racismo ou não, o ódio prolifera no nosso país e no mundo. Nasça como nasça, cresça como cresça o ódio, somos um povo de brandos costumes mas de pavio curto, com preconceitos relativamente à raça, etnia, nacionalidade, género, preferências sexuais, e a toda e qualquer diferença.

O crescimento da extrema direita é prova disto. Eles comunicam por linhas tortas e dissimuladas que há quem seja inferior a outros por ter nascido em certo sítio, por morar em tal local, por ser vontade de deus, pelo seu passado, pelos traços físicos. Uma coisa que abomino é a generalização, que é perigosíssima. Julgar toda uma comunidade, uma etnia, um bairro, uma cidade, até uma família, pelos erros de um, é ter todos os instrumentos para atear um fogo que se pode tornar incontrolável. É um rastilho que acende simplesmente por não sermos todos iguais.

Não tivemos todos uma infância feliz, o mesmo acesso à saúde, aos estudos, a alimentos, ao emprego, a habitação digna. E é essa desigualdade que devemos combater. As nossas energias devem ser dirigidas para que toda a gente tenha as melhores condições de vida possíveis. Independentemente se são negros, brancos, amarelos, gordos, gays, velhos, pernetas, carecas, lindos, feios, bissexuais, mulheres, crianças, morenos, loiros, homens, ruivas, sardentos, doentes, saudáveis, magras, manetas, anões. Porque é na diversidade e na sua aceitação e respeito que reside muita da beleza de aqui estar. Por favor, vivam e deixem viver.

O Bruno não merecia morrer.


Imagem: PAN

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Não vou viver o suficiente para ver um mundo empático para com todos os animais. 
Não vou viver o suficiente para assistir à abolição das touradas no mundo inteiro. 
Não vou viver o suficiente para assistir ao fim da caça às baleias, golfinhos, tubarões e tantos outros.
Não vou viver o suficiente para ver o fim dos mercados de animais vivos.
Não vou viver o suficiente para assistir ao fim do transporte de animais vivos em condições nojentas por terra e por mar.
Não vou viver o suficiente para ver alguém ser condenado exemplarmente por atentar contra a vida de animais.
Não vou viver o suficiente para ver partidos, instituições e outras figuras que defendem os direitos dos animais não serem ridicularizados em praça pública.
Não vou viver o suficiente para que toda a gente compreenda que os animais têm medo, frio, fome, choram.

Mas...

Vivi o suficiente para ver o plástico e todo o tipo de lixo invadir o mar.
Vivi o suficiente para assistir a actos violentos contra vidas inocentes passarem impunes.
Vivi o suficiente para assistir ao agravamento do aquecimento global.
Vivi o suficiente para ver rios secarem e glaciares derreterem.
Vivi o suficiente para assistir à extinção de milhares de espécies provocadas pela ganância humana.
Vivi o suficiente para ver o Homem queimar florestas, habitats e animais em nome do lucro.
Vivi o suficiente para ver gastos os recursos naturais do planeta destinados a um ano inteiro, a meio do ano.

Vivi o suficiente para ver dezenas de animais morrerem queimados vivos porque duas filhas da puta queriam mais dinheiro. Essas bestas, não deviam ter vivido o suficiente.

Não é lá longe, é no meu país que se diz civilizado. Como elas, há muitos mais. Espero viver o suficiente para ver este e outros casos não caírem no esquecimento. Espero viver o suficiente para assistir a punições exemplares nos atentados contra vidas inocentes, sejam elas quais forem. Mas sei que não vou viver o suficiente para a humanidade compreender que o planeta é de todos.

Esta é a Mika. Saiu do abrigo ilegal de Santo Tirso com vida, mas não resistiu. Simboliza o que podia ter sido feito e não foi. Bem hajam os que não se calam e lutam contra a indiferença. Obrigada, por eles, seres puros e perfeitos que não merecemos. Nem que vivêssemos o suficiente.


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