Palavras do Abismo

Não sei onde fui buscar o dinheiro, mas no sonho tinha poder de compra suficiente para comprar um pequeno castelo gótico sem pestanejar. Numa cidade não identificada, fiz dele a minha morada, e numa parte do palacete construí a minha casa - uns quartitos, casas de banho, cozinha, pouco mais, decorados com modéstia, fazendo do local um sítio bem acolhedor.

Noutra parte do palacete fundei uma biblioteca fantástica, paredes amplas, estantes e mais estantes, forradas a livros, coisas antigas, primeiras edições, todos os clássicos, um tesouro para mim, para o país e para o mundo, uma ode à beleza, à arquitectura e à literatura sem igual.

E depois sobrou-me uma pequena ala, e decidi fazer nada mais nada menos do que um pequeno bordel, um cantinho para casais, grupos e indivíduos solitários realizarem as suas fantasias, uns com os outros ou com serviço de putaria providenciado por mim.

Aquilo foi um sucesso do caraças. A fabulosa biblioteca com as suas fantásticas ogivas e arcos estava sempre cheia de visitantes, intelectualóides, turistas, curiosos, leitores ávidos. O bordelzito também, providenciando-me um ganha-pão bem catita. Não é todos os dias que se pode ir esgalhar o ganso a um edifício gótico (pelo menos legalmente e abertamente). Melhor do que tudo, fiquei a morar num local que combinava arte, bom gosto, putaria e literatura. Sonhar não custa!

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Este artigo é de fevereiro, mas só agora o consegui ler na íntegra. Na altura, reparei em alguns excertos partilhados nas redes sociais, e achei uma comédia tão hilariante que decidi guardar para ler depois. E agora não consigo ficar calada, porque esta senhora, a Joana Bento Rodrigues, que está muito bem conservada para quem tem 240 anos, não me representa enquanto mulher e quero deixar isso bem claro.

"A mulher dita feminista – a que integra as “tribos”, a que se deslumbra com as capas de revistas, a que se diz emancipada, a que não precisa de relações estáveis, a que não quer engravidar para não deformar o corpo nem perder oportunidades profissionais, a que frequentemente foge da elegância no vestir e no estar – optou por se objectificar, pretendendo ser apenas fonte de desejo em relações casuais, rejeitando todo o seu potencial feminino, matrimonial e maternal. São estas três últimas, as características mais belas da mulher!"

Começamos tão bem! De acordo com a Joana, uma mulher que não queira uma relação estável, que não queira ser mãe para não perder oportunidades profissionais ou para não estragar o corpo ou que não se vista com elegância, está-se a objectificar. Que lindeza! Eu pensava que era uma pessoa normal, orgulhosa das minhas escolhas, mas afinal sou um objecto tosco e sem préstimo que não aproveita a maravilhosa tríade feminismo-matrimónio-maternidade, porque toda a gente sabe que a vida só vale a pena ser vivida castamente, de anel no dedo e papel assinado, e com um barrigão produtor de fetos. Estou tão enganada, porque pensava que as minhas colegas que andam aqui na passarelle a mostrar as boobs envolvidas em banho de Chanel e que roçam o pézinho no coisinho do chefinho é que se estavam a objectificar... mas não, elas estão sempre elegantes e impecáveis. Eu, só por andar de ténis, nem merecia o estatuto de mulher. Shame on me.

"O potencial matrimonial reside, precisamente, no amparo e na necessidade de segurança. A mulher gosta de se sentir útil, de ser a retaguarda e de criar a estabilidade familiar, para que o marido possa ser profissionalmente bem sucedido. Esse sucesso é também o seu sucesso! Por norma, não se incomoda em ter menos rendimentos que o marido, até pelo contrário. Gosta, sim, que seja este a obtê-los, sendo para si um motivo de orgulho. Porquê? Porque lhe confere a sensação de protecção e de segurança."

Joana, Joaninha. A mim, que vivo uma relação em pecado em que é "cada um na sua casa", o que me dá segurança é receber um ordenado ao fim do mês. Estabilidade é não depender de ninguém para me pagar a casa e as despesas. Devias experimentar. Dá um gozo do caraças! Não ter de dar contas porque o dinheiro é meu, faço o que quero com ele. Não fazes ideia de como é libertador! Um dia, quando visitares este século, talvez eu te possa mostrar como.

"O potencial da maternidade é algo biológico! A mulher é provida de um encanto, de uma ternura, que só se encontra na sua relação com os filhos. Ela é o porto de abrigo das crianças. Na maternidade, a mulher sente-se verdadeiramente realizada, pois percebe o que é o verdadeiro e incondicional Amor! Não espanta, pois, que não possa demitir-se dessa função e que a maternidade seja, por norma, um fortíssimo apelo, ainda que subconsciente."

É verdade. É que no ano de 1779 onde a Joana está, não há muito para uma mulher fazer a não ser parir. E também ainda não inventaram os métodos anti-concepcionais, a não ser mandar as prenhas pelas escadas do celeiro abaixo. Temos de avisar a Joana que agora a mulher tem escolhas. E que nunca houve tantas mulheres que não querem ser mães, o que não faz delas menos mulheres ou pessoas piores - é simplesmente uma escolha como outra qualquer. Muitas delas, como eu, a quem a biologia trocou as voltas e não têm o tal relógio, não encontra magia em fraldas cagadas, nas noites sem dormir, nas birras infinitas, nos berros, nas faltas de educação e, principalmente, na falta de liberdade. Ser childfree é tão, mas tão bom. Posso ir jantar fora, a concertos, chegar às horas que quero, posso beber álcool, fumar erva, gastar o meu ordenado só em mim própria, comprar livros e mais livros, e viajar, e ser excêntrica. Foda-se, não ter filhos é a melhor merda. Para outras, ter filhos será a melhor merda. O que é importante é que cada um tem de construir a sua própria felicidade, sem fórmulas. Se ela é feliz de uma maneira, não tem de impor as suas ideias aos outros como se fossem verdades absolutas. Há muitas maneiras de uma mulher se sentir realizada, e dar uso ao útero, é só uma delas...

"Este activismo tornou-se, inclusivamente, desprestigiante para a mulher. Priva-a da possibilidade de ascensão social e profissional pelo mérito. Retira-lhe a doçura e candura. Nega-lhe o papel fundamental do matrimónio e da maternidade. Objectifica a mulher, enquanto presa para sexo fácil e espaço de diversão. Promove paradas onde se expõe o corpo de forma grosseira e agreste à visão. Claramente, não representa a “mulher comum”!"

Faz-me comichão ler "ascensão profissional" e "papel do matrimónio" no mesmo parágrafo - há aqui qualquer coisa que não bate bem. A comichão começa ao ler que o activismo tira prestígio à mulher, mas neste momento só sinto um extremo cansaço - a Joana venceu-me pelo cansaço - e vou dizer, está bem. Ok. Fique lá com o seu mérito de esposa calada e bem apessoada, grande organizadora de jantares com a senhora lá de casa ao leme. A mulher não tem de ser doce e cândida. Isso já nem no Orgulho e Preconceito, escrito em 1813, ainda longe da sua época (há-de lá chegar). A mulher quer-se forte, determinada, arrojada, sem medo de arriscar. Não deve ficar sentada ao canto da sala depois de servir chá, de perna cruzada com a sua saia por baixo do joelho. Deve dançar se lhe apetecer, pôr a música alta, rodopiar, sentir-se uma criança, soltar uns palavrões, correr, ser forte, ser o que quiser! Toda a gente devia ser assim, livre, seja qual for o género! E não tem nada a ver com o sexo, mas que merda! Que mulher travada! Qual é o problema do sexo ocasional, se fosse o caso? Foda! Foda mais! Foda por prazer, não para procriar! Retire os benefícios de uma boa foda! Seja a verdadeira mulher comum, rasgue a roupa cara, dê e leve um tabefe, urre à lua, borre essa maquilhagem, grite, esfole, liberte-se!

E depois no fim do artigo li isto: Médica. Membro da TEM/CDS.
CDS? Nem merecia a pena ter escrito tanto. Havia muito mais por dizer, mas temos de poupar os deficientes. 


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O sonho começou com um grande vendaval - tão grande que, espreitando pelas janelas, víamos as pessoas voar e a serem atiradas para todos os lados. Tirei, inclusivé, uma foto espectacular de uma senhora loira e magra, agarrada aos seus sacos de supermercado, voando por entre edifícios, com os seus cabelos longos em rodopio, mas com uma grande calma aparente reflectida no rosto. Acho que estava a aproveitar o vento para ir para casa a voar sem usufruir dos transportes públicos àquela hora de ponta que, como todos sabem, são uma chatice maior do que todos os ventos e vendavais juntos.

Achei a minha foto digna de capa da National Geographic e fui para casa, desejosa de a mostrar ao meu namorado. Qual o meu espanto quando abro a porta do quarto, e o vejo todo nu, sentado, à minha espera, com dois calmeirões ao lado, também nus, estendidos na cama, naquele repouso suado que se segue ao esforço sexual.

Não foi preciso ele dizer nada - o cheiro a sexo era palpável, e sabia o que ele tinha feito. Ele estava à minha espera para me contar, e fê-lo com uma cara de pau e com uma conversa fácil que manifestava a sua opinião de que, como tinha sido com gajos, não era traição a sério.

Fiquei triste com a situação, manifestei a minha raiva, gritei, mas no fundo, mesmo sendo um sonho, apercebi-me que a minha mágoa aconteceu mais por ele não me ter convidado para a festa do que propriamente pela traição. Os sonhos são tramados.



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Já receberam quantas centenas de emails sobre o RGPD? Hum? Já estão fartinhos como eu? Pelo menos vai ser uma grande limpeza, devia ser dia de RGPD mais vezes!

Com tanto parlapié sobre o assunto, na sua maioria coisas sérias e sem graça, há que dar os parabéns à Control por este post genial que lhes vi no Facebook. Demais!


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Nos idos anos 50 foi lançada a primeira Playboy. Começou aí uma revolução sobre como as pessoas olhavam para o sexo - Hugh Hefner abanou os alicerces de uma indústria tabu e destruiu gradualmente as convenções pré-feitas sobre o tema.

Criou um império com as suas coelhinhas e uma imagem que todos nós reconhecemos - ele, de robe, fumando cachimbo, vivendo num luxo rodeado das mais belas mulheres. Até ao fim da sua vida.


Ele abriu as portas para falarmos de sexo abertamente tal como hoje o fazemos. Mostrou que a nudez é bela, sensual - fez dela um negócio, sempre com classe.

Quantos adolescentes foram apanhados por esconderem Playboy's debaixo da cama e as partilharem com amigos em becos e atrás da escola é um número desconhecido, mas concerteza foi responsável por muitos açoites e castigos.

Viveu uma longa e boa vida - um exemplo e um motivo de inveja para milhões de homens, e também mulheres. Eu admiro-o, e agradeço-lhe eternamente ter sido um visionário e um revolucionário na indústria sexual.

Descansa em paz. Tenho a certeza que o céu é agora o teu sofá de luxo e que já meteste as anjas a usar orelhas de coelho.


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Ontem estava a ver uma série (Room 104) onde um Elder (da religião Mormon) tinha cometido um pecado e sentia-se mal pelo sucedido. Esse pecado foi... beber café. Fiquei estarrecida por haver uma religião que nos mande para o Inferno por isso - já estaríamos todos com a alma condenada.

Então, fui verificar se isto era verdade e descobri algumas das regras e crenças dos Mormons:


  • Não podem consumir bebidas quentes
Na verdade, o café é permitido. Desde que seja à temperatura ambiente. Até pensei que tivessem algo contra a cafeína, já que é considerada viciante, mas não. O problema aqui é a temperatura. Cházinho quente no inverno? Tirem o cavalinho da chuva, isso é bebida do demónio. Toda a gente sabe que o inferno é quente, e eles sabem que o caminho para a felicidade se encontra ali entre os 20 e 25 graus.

  • Não podem nadar
Todos os desportos são mal vistos, mas nadar é aquele pecado que pode mandar as suas almas directamente para o escroto de Satanás, e nadarem lá como um espermatozóide para todo o sempre. Não acredito que estas pessoas não conheçam o prazer de mergulhar no mar ou de percorrer um rio a nado só porque alguém lhes diz. A religião é uma merda.

  • Não têm contacto com a família
Esses rapazolas com pele de bebé a nadar em acne que costumamos ver na rua, vestidos de camisa branca e gravata como se fossem a um baptizado todos os dias; esses rapazinhos que quase acabaram de sair da cona da mãe, não podem contactar com a família durante 2 anos. Esta é considerada uma distracção e os missionários só podem ligar para casa duas vezes - no Natal e no Dia da Mãe. Sad. (Ah, e esta "missão" é completamente paga pelos miúdos - ou pais - a igreja dá-lhes as palmadinhas nas costas, mas dinheiro que é bom chuta para canto.)

  • Aos domingos não se faz nada
Quer dizer, podem ir à igreja. Mas não podem praticar desporto, ver televisão, brincar com os amigos ou trabalhar. Não se queixem, há sempre os livros. Desde que não tenham referências sexuais. É melhor ficarem-se pelo Sudoku.

  • Têm de usar esta roupa interior. Sempre.

 

  • As mulheres não podem usar tops e manga à cava
Se queres encontrar o caminho para o céu, amiga, trata de tapar esses ombros, esses pedaços de pecado, esses 10 centímetros de pele que nos separam do Paraíso. Não sejas uma putéfia rasca sem princípios.

  • A masturbação é proibida
Há muitas regras e proibições relativas ao sexo, mas afogar o ganso é das piores ofensas que se podem fazer, porque é considerada uma traição ao cônjuge ou futuro cônjuge. Não te conseguirás comprometer e ter uma alma imaculada, perpetuando os valores mormon, se esgalhares o pessegueiro. E pecados sexuais são, aos olhos mormon, piores que assassínio. Aguenta, colhão!

  • Sem métodos contraceptivos
Tens de deixar vir ao mundo toda a criança que Deus quiser! Por isso, se fores muito fértil e fodilhão quem sabe possas ter a benção de ter uns 20 filhos sem ter de ser infiel. Viva! Isto realmente pode afinal ser uma medida contraceptiva, ou melhor, uma maneira de o manter dentro das calças. Aguenta, colhão!

Há tantas coisas - centenas na verdade - que podiam figurar aqui, como a proibição de tatuagens, a obrigação de armazenar comida para três meses, os pelos faciais serem desencorajados, ir para a cama à meia-noite, 10% do ordenado ter de ir para a igreja, mas não vale a pena.

Vale a pena dizer, sim, que toda e qualquer religião é merda. Dizerem-nos o que comer, os desportos que praticamos, o que vestimos, quantos filhos devemos ter, controlarem-nos o corpo, o ordenado, a vida sexual, é completamente errado. Como é que as pessoas se deixam convencer disto? Crer em alguma coisa pode ser aceitável, mas deixarem-nos dizer como viver é doentio. Vivam, porra!
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Imagino que já tenham visto a escultura da Vista Alegre da Nossa Senhora. Ela anda por aí a correr as redes sociais, está em promoção ("só" custa 128€!) e é um preço bem caro a pagar por um dildo.

A alminha sagrada que fez isto não viu logo que ia ser motivo de chacota? Não viu uma forma fálica nesta coisa? Porque eu só consigo olhar para isto e ver pila e tomates. Até me surgiu uma nova prece:

Avé Vagina cheia de graça
O prazer é convosco
Bendita sois vós entre as pernas das mulheres
E bendito é o fundo da vosso ventre
Santa Vagina mãe de Deus
Rogai por nós, os pecadores, agora e na hora do alívio sexual
Amén

Ora isto é que é mesmo uma "vista alegre" capaz de agradar a todos os credos. Ai Nossa Senhora, vai tudo para o inferno.


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The Secret é uma minisérie (4 episódios) proveniente da Irlanda do Norte. Ao fazer zapping, apercebi-me que estava a dar no Sundance TV e decidi ver do início. Acabei por ver os episódios todos de rajada. O mais impressionante é que a história, que tem tanto de inacreditável, é baseada em factos reais.

Colin e Hazel eram conhecidos e ambos participavam activamente na comunidade, principalmente na Igreja que frequentavam. Algo mais surgiu entre eles e tornaram-se amantes. Tendo valores morais que consideravam fortes, o caso dá cabo deles por dentro. Não é, de todo, aceitável que pessoas tementes a deus e que defendiam os valores da família andassem a dar umas trancadas por fora. O divórcio estava fora de questão, para além de ser errado ficariam mal vistos para sempre na comunidade.

Perante este cenário, e cada vez mais apaixonado por Hazel, Colin convenceu-se de que deus os pôs no caminho um do outro por uma razão, e a única forma de ficarem juntos sem culpa, e cumprindo os seus desígnios, é com a morte dos respectivos cônjuges. Assim, armou um plano na sua cabeça e, com a ajuda e silêncio de Hazel, matou-os, simulando suicídio.

Ora isto foi em 1991 e a série abrange um período de 18 anos. Durante todo este tempo, o cenário de suicídio foi aceite pelas autoridades, e só mudou devido a uma série de eventos que fez com que Colin confessasse o crime. Os episódios mostram-nos um homem demente com muitos problemas e com uma contradição mental muito grande, bem como graves perturbações sexuais. As interpretações são fantásticas, principalmente por parte do par de pecadores. A questão da devoção à Igreja e ideias de que daí surgem é perturbadora, quase tanto como o sangue frio e elaboração do crime. Se puderem, dêm uma oportunidade.


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"The Handmaiden" (título original "Ah-ga-ssi", traduzido como "A Criada") é um filme sul-coreano que não é fácil de ver e de entender. 

Tudo começa com a história de uma criada, nascida pobre e um pouco tonta, mas que desde cedo foi ensinada a roubar e a enganar. É aliciada por um conhecido a enganar uma herdeira, rica e solteira. O objectivo dele era seduzi-la para casar com ela, para logo a despachar e ficar com metade da sua fortuna. Ela, a criada, só tinha de ir trabalhar para essa misteriosa mulher, e convencê-la de que é amada por este farsante, que ele é o seu destino e a sua oportunidade de libertação - ela vive com o tio, oprimida desde pequena.

Tudo é marado neste filme. Mencionando apenas um dos aspectos, e explicando a opressão do tio... bem, ele obrigava-a a ler em voz alta desde criança durante horas a fio, até ter uma dicção perfeita e, em adulta, fazer saraus de leitura de livros pornográficos para uma audiência masculina, enquanto 'montava' um boneco de madeira. Pois. Outro dos aspectos, e bem importante, é o twist que existe a meio do filme. Basicamente, tudo o que disse no parágrafo anterior deixa de fazer sentido. O ponto mais impressionante é a relação da criada com a sua senhora, que se torna íntima de um modo muito doentio. Mas... só vendo se entende.

É algo macabro, negro, tem (muito) sexo, misticismo, interpretações fantásticas, uma luz fabulosa (como tudo o que tem vindo da Coreia do Sul) e é um autêntico desafio às nossas percepções. Recomendo aos aventureiros pouco convencionais por aí.


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"Não tenho ciúmes, não me importo que se deite com outras pessoas. Eu faria o mesmo. Se tivesse paciência para isso. Mas fazer sexo dá muito trabalho. Quando conhecemos bem alguém, é mais fácil. Dirigimos as nossas línguas para os recantos certos. Pousamos os olhos nas melhores partes. Sem medo de nos ferirmos nas rugas. Com desconhecidos, andamos relativamente perdidos. Sem mapa. Somos turistas. Não habitamos aquelas pessoas. Estamos de passagem. Não sabemos se a rua por onde andamos é perigosa. Quando habitamos uma pessoa, conhecemos as ruas todas. Não nos perdemos. Não, não tenho paciência para fornicar. Não tenho mapas para me orientar na geografia de um estranho."

in Nem Todas as Baleias Voam, de Afonso Cruz (2016)

O jogo de sedução pode ser desafiador para os mais jovens ou para os permanentemente aventureiros que não resistem aos perigos e palpitações da descoberta. Mas, conforme o tempo passa, dá demasiado trabalho. Se já nos perdemos nas ruas conhecidas de alguém, que também nos conhece os pontos certos, aquilo que gostamos e como nos levará às nuvens, é demasiado penoso e dúbio procurar as mesmas coisas, que já se têm por certas, em desconhecidos.
Resumindo, pôr os cornos pode dar uma trabalheira do caraças. 


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Não tenho muita paciência para filmes de animação e só vejo praticamente os relacionados com animais. Mas este, "Sausage Party", por ser um filme de animação feito para adultos, convenceu-me a experimentar. E fartei-me de rir.

Eu pensava que era parvinha, porque enquanto estou nas filas dos supermercados imagino cenários na minha cabeça em que os produtos vendidos têm vida própria e sentimentos. Eles brigam nas prateleiras, empurram-se uns aos outros, para verem quem tem a sorte de ser escolhido primeiro. Sabem aquelas amolgadelas que vemos por vezes nas latas de conversa ou pacotes de leite? Resultado das lutas pelo protagonismo, pois claro!

Pelos vistos não sou a única parvinha, porque o filme trata disso mesmo. Os protagonistas são uma embalagem de salsichas e outra de pão de cachorro que sonham ser escolhidos em conjunto por algum comprador. Há uma salsicha em especial apaixonada por um pão em especial e vão fazer de tudo para continuar o amor fora da embalagem. No entanto, desconhecem que o destino dos produtos que saem do supermercado é a morte. Por vezes, dura e violenta (quando envolve facas, água a ferver e serem comidos), enquanto outras vezes é bem lenta, como quando perdem o prazo de validade.

É claro que tudo isto é muito bonito mas depressa descamba. Tem muitos palavrões, situações de violência, abuso de drogas e, claro, muito sexo. Não vale a pena verem se não tiverem a mente muito aberta e não gostarem destes 'ingredientes'. A cargo das vozes estão Seth Rogen, Salma Hayek, Jonah Hill, James Franco e outras pessoas com um sentido de humor fenomenal. Uma boa opção para descontrair!

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Neste sonho muy caliente estava a trabalhar quando recebo uma mensagem de um amigo do meu namorado a dizer que precisava de falar comigo pessoalmente e com urgência. Quando saio vou ter com ele e tem para me mostrar uma filmagem no telemóvel com ele e o meu namorado a aventurarem-se nas putas. A filmagem é bastante porcalhona mas vejo tudinho para não haver cá dúvidas sobre a identidade dos prevaricadores. A única coisa que estranho é que os moços têm o cabelo comprido no vídeo (coisa bastante pertinente a reparar num vídeo com o meu namorado rodeado de putas e a receber sexo oral que aparenta ser bem satisfatório), mas o amigo dele diz-me que foram com uma cabeleira para não os reconhecerem nas imediações do bordel.

Fiquei lixada, claro que fiquei. Agradeci-lhe ter-me contado e perguntei-lhe porque o fez. Respondeu que não concordou com a atitude dele e que eu não merecia ser encornada, pelo que agiu nas suas costas e contou-me.

Fui confrontar o meu namorado, atirando-lhe um "não tens nada para me contar?" e ele com um ar muito admirado e inocente chama-me de maluca. "Vais às putas e não me dizes?", continuei (porque o verdadeiro problema aqui é ele não ter mencionado que se tinha ido satisfazer com outras mulheres). Ele começa a rir e diz que não vai às putas desde que me conheceu. Contei-lhe do vídeo, e ele tinha esse mesmo vídeo guardado no computador. Mostrou-mo, assim como a data de quando foi filmado e realmente já era anterior à nossa relação. Relativamente ao cabelo, parece que antigamente eles o usavam comprido, facto que desconhecia.

Vai-se a ver e os amigos tinham-se zangado por causa de futebol, e o outro tentou arruinar a nossa relação como vingança. No final ficou tudo bem, e de certeza que da próxima vez que for às putas me vai deixar pelo menos um post-it no frigorífico ou, quem sabe, convidar.



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Faz lembrar o hino, mas em vez de "nação valente e imortal", neste momento é mais "doente e imoral". E hipócrita. E porca.

O casal de meia-idade que fez sexo em Paredes de Coura, durante o dia e à descarada aos olhos de todos os que passavam deve ter algum tipo de deficiência mental. Assim o espero. Porque gostarem do deboche e de fazer sexo em público é aceitável, e ninguém tem nada a ver com isso a não ser quem se depare com o sucedido. Fetiches são fetiches. Mas fazerem-no com a filha ao lado já roça o 'atrasadismo' mental. Se não for isso, são apenas uns filhos da puta, e prefiro o primeiro cenário.

Não há justificação para estarem a foder com a filha ao lado, enquanto esta está ali deitada a comer como se nada fosse. Aliás, a descontracção da miúda só mostra que não foi a primeira vez que isto sucedeu. Não há desculpa para tirarem a inocência de uma criança desta maneira. Não é com a visão dos pais a foder que ela deve crescer. Não é o vídeo da mãe a olhar deleitada com ar lascivo para a câmara enquanto cavalga o pai que deve ver quando for à internet. Não está certo, em lado nenhum do mundo.

A única coisa boa de isto ter acontecido é que o casal vai ser investigado. Gostava de ter visto alguém das pessoas que por ali passavam a tirar a miúda dali. Isso é que era. Por agora, era bom que este país se preocupasse mais com os maus exemplos que influenciam negativamente a vida de muita gente, em vez de meterem o bedelho na vida privada dos outros que não prejudicam ninguém. Porque há quem, por exemplo, apenas se ria com este exemplo de depravação imoral, e aponte o dedo aos homossexuais como se de criminosos ou doentes se tratassem.

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Os bugchasers são uma espécie de gente muito estranha. Eles procuram infectar-se com Sida, de propósito. Sim, vou repetir. Eles querem contrair o vírus da Sida. E para isso envolvem-se em orgias secretas, sem protecção, onde pelo menos um dos envolvidos tem o vírus. Apesar de ser uma práctica que já dura há décadas envolta em secretismo, há relatos jornalísticos de que é a mais recente moda em Espanha e que está a tomar grandes proporções.

Os envolvidos justificam-se dizendo que a situação de risco proporciona-lhes o extremo prazer sexual. Por outras palavras, dá-lhes um tesão do caraças poder fazer o amor e contrair uma doença possivelmente mortal. Epá, que fixe. Tenho outras ideias de risco para vós que podem dar modas espectaculares:
  • Fazer o amor numa banheira cheia de seringas com malária
  • Entrar todo nu numa jaula de um leão com um bife enrolado nos genitais
  • Ir para uma arena e provocar um touro com um papel vermelho no buraco do cu
  • Entrar numa convenção vegan com uns lombinhos de porco de cebolada
  • Partam todos os espelhos e vidros que têm em casa no chão e rebolem-se todos nus
  • Deixem de beber água e substituam-na por xixi de toxicodependentes 
  • Batam à porta do Bruno de Carvalho vestidos integralmente de vermelho
  • Vão ao Palácio do Kebab e dêem uma chapada ao Mustafa
  • Entalem as pilinhas na porta de um forno a 250º
  • Lavem o corpinho com os restos hospitalares do Santa Maria
E se precisarem de mais ideias estúpidas contactem-me.
Não consigo entender isto nem um bocadinho.

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"Comecei a folhear. (...) As primeiras fotografias eram grandes planos de conas rapadas e não se ouvia um som do ajuntamento, ninguém ria, ninguém soltava sequer gargalhadas, era um silêncio sepulcral. Folheei mais apressadamente, eram conas vistas de cima e de baixo, páginas inteiras com rachas na diagonal de canto a canto. Mas lá para o fim começava a melhorar, mulheres inteiras, grandes meloas, pentelheira farta, mas de repente apareceu uma fotografia com um gajo deitado com a cara toda entre as pernas de uma mulher.
- O qu' é qu' ele tá a fazer? - inquiriu uma voz.
- 'Tá a lamber - disse outra voz que era o Gunnar, saíra do cubículo, sorridente.
Fez-se um instante de silêncio, silêncio total.
- A lamber?
- A lamber a cona da gaja, não vês - disse outra voz.
O Dragão revolvia os olhos, um pouco afastado.
- Iá.
- E a qu' é que... a qu' é que... que sabe?
- Sabe a relva - disse-lhe logo - se tiveres sorte. Mas s'apanhares uma azeda sabe a chouriço e sapatilhas de borracha."

in Beatles, de Lars Saabye Christensen (1984)

Depois de roubar uma revista erótica do irmão mais velho, Gunnar e uns quantos rapazes da turma foram folheá-la para a casa de banho. E assim pela primeira vez viram conas rapadas. Não gostaram. Pentelheiras bem abonadas é que era! Este livro sobre um grupo de rapazes que venera os Beatles tem pérolas assim, fantásticas.


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Hoje houve zumzum nas redes socias devido a uma crónica de um tal Pedro Afonso que se auto-intitula de "Médico Psiquiatra". Se não sabem do que estou a falar, podem ver aqui. E o que diz este senhor? Basicamente, que não vale a pena estar a repudiar actos de maus tratos contra animais, quando nos devemos preocupar é com as práticas sadomasoquistas em tendência crescente desde o fenómeno das Cinquenta Sombras de Grey. Que as ondas que se elevaram contra o jovem que mandou o cão da ponte abaixo, por exemplo, são despropositadas porque há gente que gosta de levar tau-tau.

Caro Pedro Afonso, algumas coisas que pelos vistos ninguém lhe ensinou nesse curso de psiquiatria:

Sadomasoquismo não é violência
É sim uma práctica entre duas ou mais pessoas completamente consentida. Fazem dela parte actos submissos e porventura existe dor e sofrimento, mas é porque os envolvidos assim o querem. É uma fantasia sexual como qualquer outra. Há pessoas que desejam sexo em público, em grupo, que trocam de parceiros, e há outras que gostam de levar ou dar tau-tau. É consentido, estão em acordo, qual é o seu problema? Não sobrou nenhum chicote para si? Acontecem acidentes? Claro. Também já morreram pessoas com corta-unhas e não é por isso que vamos bani-los do mundo. Assim como já morreram centenas de pessoas durante um acto sexual dito "normal", e o que vai fazer, transformar o povo em eunucos?

Não compare alhos com bogalhos
Devo ser muito burra para não compreender a relação entre os problemas que refere. Quer dizer que se eu gostar de levar umas lambadas na fronha durante o sexo não posso denunciar ou queixar-me às autoridades de maus tratos a animais? O que é que as minhas preferências sexuais têm que ver com o que quer que seja? Não tenho o direito de enfrentar quem promove a violência animal porque o mundo está cheio de gente que gosta que lhes apertem o pescoço quando se estão quase a vir? Poupe-me! É a mesma coisa que dizer que hoje não faço almoço porque a televisão está ligada. Sem sentido!

Não é violência doméstica que quer repudiar?
Talvez o senhor se tenha confundido, e ainda vai a tempo de se corrigir. Não trocou o sadomasoquismo com a violência doméstica? Eu espero que sim! Porque um é uma práctica sexual desejada e fantasiosa entre dois adultos e que você nem ninguém têm algo a ver com isso, e outra é realmente um grave problema da sociedade, especialmente para muitas mulheres que sofrem em silêncio. Mas olhe... mesmo assim, podemos e devemos levantar-nos contra esse flagelo ao mesmo tempo que defendemos os animais. Sim, é possível apoiar mais do que uma causa ao mesmo tempo! Surpreendido?

Nem comento o resto das suas declarações. Não vale a pena. Você parece-me uma pessoa de mente fechada que usa um galardão ao peito para justificar o que não consegue compreender ou aceitar, cheio de falsa moral. E na minha terra isso é ser-se bronco.


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The Last Man On Earth!

Um vírus assolou a Terra e Phil é o único sobrevivente. Como único habitante do planeta acha-se no direito de fazer tudo - decorou a sua casa com as grandes obras primas da pintura, ossos de dinossauro, elementos da Casa Branca ou túmulos egípcios; usa a piscina do vizinho como sanita gigante; anda só de boxers, não faz a barba e não toma banho; desenha caras em bolas e fala com elas como se fossem os melhores amigos (sim, tal como o Tom Hanks!); leva para casa tudo o que é pornografia; pega fogo a carros, casas, perucas e a tudo o que não lhe faça falta; usa a própria casa como caixote do lixo.

Parece uma vida espectacular, mas passado algum tempo sente-se aborrecido e reza afincadamente para encontrar mais alguém, uma mulher, com quem possa falar, mas sobretudo, pinar.

E Deus mete-lhe uma mulher no caminho, mas nem tudo são rosas... Para saberem mais, têm de ver. É hilariante!


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"_Rapou a cona toda, não tinha um único pêlo. Alguma vez dormiste com uma mulher que rapasse a pássara? É repugnante, não é? E também fica engraçada. Fica esquisita. Deixa de parecer uma cona, é como um molusco morto ou algo do género. (...) Fi-la abri-la e apontei-lhe a lanterna. (...) Entusiasmei-me tanto, que me esqueci da gaja. Nunca na vida tinha olhado tão atentamente para uma cona. (...) E quanto mais olhava, menos interessante se tornava... o que só prova que não tem grande valor, especialmente rapada. São os pêlos que as tornam tão misteriosas."

In Trópico de Câncer, de Henry Miller (1934)

Este livro brutal foi proibido em vários países pela sua promiscuidade e linguagem obscena. Custa a crer que tenha mais de 80 anos. Para mim, parece ter sido escrito hoje. Fala de putas do início ao fim, de álcool e drogas, da boémia Paris entre duas guerras, de sexo, de relações estranhas e desconfortáveis, completamente sem tabus ou regras.

O único facto que me faz crer na idade do livro é a representação ideal da pachacha. Na altura, a passarinha perfeita era peluda. Quanto mais peluda melhor - mais misteriosa e encantadora parecia. A primeira cona rapada que o personagem viu foi um acontecimento estranhíssimo, e não gostou, comparando-a a um molusco morto. A consistência de uma lula e a aparência de uma ostra, diria eu. É caso para dizer - mudam-se os tempos, mudam-se as pachachas.


 
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American Horror Story: Hotel já começou e no primeiro episódio desta temporada, temos estes docinhos:

Orgias, violação, sexo anal, assassínio, sangue, tripas de fora, monstros, tortura, olhos e língua retirados, rapto infantil, transexualiade, sacrifícios num altar, grotesco, vampirismo, cus masculinos, maminhas, alucinações, violência, loucura, claustrofobia, drogas, Lady Gaga de tanga, uma banda sonora do cacete, uma fotografia espetacular, e nem estou a lembrar-me de tudo.

Parece-me tudo muito bem e mal posso esperar para ver o que o 2º episódio vai adicionar a esta lista. Para mim, quanto mais creepy melhor. Esta é bem capaz de se tornar a melhor temporada de todas. Vejam, vejam. De Anatomias de Grey e cenas fofas já está o mundo cheio.



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O bonono, mais conhecido como macaco pigmeu, é uma espécie ameaçada. Eles não são aceites nos jardins zoológicos, por uma razão muito simples. Estão constantemente a ter relações sexuais.

Um dos poucos nobres propósitos dos jardins zoológicos é a preservação das espécies. Mas é mais importante para eles não correr o risco de chocar as famílias, que querem ver animais fofinhos com comportamentos socialmente aceitáveis, do que ajudar à preservação.

Os bononos não fazem qualquer distinção no género ou na idade para a escolha de parceiro sexual. Machos com machos, machos com fêmea, fêmea com fêmea, vale tudo, excepto mães e filhos. Masturbam-se, fazem sexo oral, beijam-se, praticam várias posições. Como explicar isto às crianças? Que afinal pode ser natural ter uma sexualidade livre? Como vão perpetuar uma sociedade que recrimina tudo o que não é uma relação "normal" de homem e mulher, quando a natureza se encarregou de nos provar o contrário?

Ah, uma nota importante. Os bononos partilham 99% do ADN humano...





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