Quem tem por hábito ajudar os outros, sejam pessoas, animais ou quem apoia qualquer causa humanitária ou ambiental, não tem descanso.
Quem se decide dedicar a causas, está perdido. Nunca há dinheiro suficiente para ajudar toda a gente, nunca há tempo suficiente para acudir a tudo. E mesmo quando finalmente se chega a casa, estafados, e podemos e devemos descansar, a cabeça não pára de trabalhar.
No meu caso, que ajudo os animais, não consigo virar as costas, não consigo parar de pensar nos casos que vão aparecendo todos os dias, nos que sou impotente para fazer algo. Não consigo descansar sabendo que há bichos que passam fome, que são maltratados sem compreenderem o porquê, que são deixados em varandas noite e dia, que são abandonados pela suposta família, que estão expostos aos elementos, que estão doentes, sozinhos. E depois, como se não bastasse, ainda aparecem energúmenos que atiram cães de pontes, que amarram cães a carrinhas e os arrastam pela estrada, que queimam gatos em "festas", que usam cavalos e burros até estes caírem para o lado e morrerem, e que se metem numa arena a espetar-lhes bandarilhas.
Não dá para ir um dia para a cama sem dar voltas e voltas a pensar na crueldade das pessoas sobre os animais, ou sobre as coisas que acontecem, as merdas do destino que volta e meia nos coloca à prova. E com as outras causas é igual. Para quem apoia os sem-abrigo, famílias carenciadas, crianças doentes, mulheres maltratadas, menores em perigo, idosos, e muitos outros, a história é a mesma. Damos muito de nós e às vezes não sobra grande coisa. Nem estômago, nem cabeça, nem lágrimas.
Felizes são aqueles que se estão a borrifar. Por vezes invejo-os, mas é só por uns segundos. Nesses momentos, gostava de não me ralar com nada, de guardar o dinheiro e gastá-lo comigo, de ter imenso tempo para mim, de ter a cabeça limpa de preocupações, de olhar para o lado, de não sentir dó e compaixão que fizesse doer à séria. Mas depressa caio em mim. Sou mais humana assim, sou eu, tenho um propósito e não o trocava por nada.
Um grande bem-haja, um xi-coração do tamanho do mundo a quem se preocupa. A quem tira o cu do sofá para fazer alguma coisa por alguém. A quem lhe dói o coração pelos outros, a quem sofre por desconhecidos, a quem tem empatia, essa qualidade tão delicada, faca de dois gumes que tanto nos mete no píncaros do mundo como lá em baixo, no fundo, tantas vezes. Vocês são os maiores. O mundo não está completamente na merda porque vocês existem.
Quem se decide dedicar a causas, está perdido. Nunca há dinheiro suficiente para ajudar toda a gente, nunca há tempo suficiente para acudir a tudo. E mesmo quando finalmente se chega a casa, estafados, e podemos e devemos descansar, a cabeça não pára de trabalhar.
No meu caso, que ajudo os animais, não consigo virar as costas, não consigo parar de pensar nos casos que vão aparecendo todos os dias, nos que sou impotente para fazer algo. Não consigo descansar sabendo que há bichos que passam fome, que são maltratados sem compreenderem o porquê, que são deixados em varandas noite e dia, que são abandonados pela suposta família, que estão expostos aos elementos, que estão doentes, sozinhos. E depois, como se não bastasse, ainda aparecem energúmenos que atiram cães de pontes, que amarram cães a carrinhas e os arrastam pela estrada, que queimam gatos em "festas", que usam cavalos e burros até estes caírem para o lado e morrerem, e que se metem numa arena a espetar-lhes bandarilhas.
Não dá para ir um dia para a cama sem dar voltas e voltas a pensar na crueldade das pessoas sobre os animais, ou sobre as coisas que acontecem, as merdas do destino que volta e meia nos coloca à prova. E com as outras causas é igual. Para quem apoia os sem-abrigo, famílias carenciadas, crianças doentes, mulheres maltratadas, menores em perigo, idosos, e muitos outros, a história é a mesma. Damos muito de nós e às vezes não sobra grande coisa. Nem estômago, nem cabeça, nem lágrimas.
Felizes são aqueles que se estão a borrifar. Por vezes invejo-os, mas é só por uns segundos. Nesses momentos, gostava de não me ralar com nada, de guardar o dinheiro e gastá-lo comigo, de ter imenso tempo para mim, de ter a cabeça limpa de preocupações, de olhar para o lado, de não sentir dó e compaixão que fizesse doer à séria. Mas depressa caio em mim. Sou mais humana assim, sou eu, tenho um propósito e não o trocava por nada.
Um grande bem-haja, um xi-coração do tamanho do mundo a quem se preocupa. A quem tira o cu do sofá para fazer alguma coisa por alguém. A quem lhe dói o coração pelos outros, a quem sofre por desconhecidos, a quem tem empatia, essa qualidade tão delicada, faca de dois gumes que tanto nos mete no píncaros do mundo como lá em baixo, no fundo, tantas vezes. Vocês são os maiores. O mundo não está completamente na merda porque vocês existem.